Project Love 2.0 - Fic (4 ao 6)

| domingo, 11 de dezembro de 2011
Capítulo 04 - De pés e mãos atadas.
Desde o dia em que Nowaki me abraçou – há uma semana –, ando sentindo-me extremamente confuso com relação aos meus sentimentos, não pensava que aquele abraço me causaria tamanho abalo. Por outro lado nós andamos nos entendendo melhor desde aquele dia, ele anda mais sossegado e eu mais paciente, consegui até arrumar um emprego de meio expediente perto de casa! Eu saio da faculdade 12h00min, pego no trabalho 13h00min e chego a casa 19h00min, perfeito! O tempo que me sobra de noite eu passo me distraindo junto com Nowaki. Essa semana fomos jogar na casa de Yoshinori-san, no fim ele nos convidou para dormirmos na casa dele. Me diverti muito! Às vezes Nowaki e eu passeamos, fazemos algo na rua... Às vezes ficamos em casa fazendo nada. Minha vida parece que anda muito bem ultimamente, sinto que ando a aproveitando melhor...

-Tadaima, Nowaki!
-Okaeri! – cumprimentou o menor estando sentado sofá ao lado de Yoshinori.
-Yo, Chiharu-kun.
-Ah, olá Yoshinori-san. O que estão fazendo? – sorriu.
-Estávamos jogando, nada demais. – respondeu Yoshinori.
-Vou tomar banho, quando voltar eu jogo com vocês! – entrou no banheiro.
-Nowaki-san.
-Hum?
-Chiharu-kun anda mais alegre...
-Sim, eu percebi. Deve ter sido o emprego que ele tanto queria e conseguiu.
-Ahnn... – retrucou pensativo.

Não demorei muito no banho, queria vê-los jogarem. Quando voltei à sala, Yoshinori-san e Nowaki estavam sentados no chão, usando o sofá de encosto, sentei-me ao lado de Nowaki e assim estendeu-se a noite com nós três jogando. Yoshinori-san passou a nos visitar mais depois que Nowaki passou o dia com ele, ambos aparentam serem amigos de longa data, até. O relógio marcava 22h00min e Yoshinori-san dissera que tinha um compromisso na rua neste horário. Nowaki e eu ficamos vendo televisão. Nada de interessante passava, apenas o noticiário falando algo sobre Hitler.

-Ei, Nowaki.
-Hum?
-Você disse que estava atrás de um criminoso, mas eu ainda não sei o nome dele.
-Minha noiva.
-Sua noiva? – indagou surpreso.
-Não, Minha noiva!
-Hein?! – confuso.
-O nome do criminoso, oras! Você não me perguntou?
-Minha... Noiva?
-Sua noiva? Você é casado? – surpreendeu-se.
-Aff... – revirou os olhos – E quanto a sua roupa? Tem noção de onde ela foi parar?
-Não... Recebi um recado do futuro dizendo que ela foi parar com um terrorista do passado, mas não me lembro do nome, acho que era...
-Adolf Hitler! – manifestou-se a jornalista na TV no exato momento.
-Esse mesmo, caixa primitiva!
-Divulgadas novas informações sobre Adolf Hitler e a estranha roupa descoberta recentemente. Hitler vestia uma espécie de roupa futurista, do qual o mesmo usava para cometer seus atos de crueldade com os presos – mostrou-se a roupa que Nowaki deveria estar vestindo quando se encontrou com Chiharu.
-É A MINHA ROUPA! – agarrou-se a TV – CAIXA PRIMITIVA MOSTRE-ME O CAMINHO! Responda-me novamente: ONDE ESTÁ RITA?
-Hitler.
-Hã?
-O nome é Hitler!
-Atsushi Chiharu Hitler? Seus pais te amavam quando resolveram te dar esse nome? – arqueou a sobrancelha.
-Aff, além de irritante está ficando burro? – revirou os olhos.
-A minha roupa... – choramingou em frente à TV – Ah! Preciso contar isso para o Hisashi!
-Quem? – perguntou curioso.
-Meu namorado. Não o vejo há alguns dias...
-Hum... Pena... – desconversou.

Sei que isso não é o certo, mas naquele momento desejei que esse Hisashi explodisse... Sei que eles são namorados, mas ultimamente me incomoda ouvir Nowaki falando dele, parece ser tão apaixonado por ele. Incomoda-me mais quando ele volta da internet dizendo que se encontrou com ele, lembro-me do dia em que ele se esqueceu de desligar o áudio de sua arma...

-Nowaki... – ruborizou.
-O que foi?
-Posso te fazer uma pergunta meia... Íntima?
-Acho que sim. – respondeu curioso.
-Quem é, hããã... Quem é... O ativo... Desse namoro? – perguntou ruborizado.
-Eu. – respondeu tranquilamente – É porque você não viu Hisashi, ele é mais magrelo e frágil que você.
-E você gosta de garotos assim?
-Confesso que me sinto atraído. Por quê?
-Eh? Nada não, só curiosidade mesmo, bem agora eu vou dormir...
-Mas hoje é sexta, Haru-kun.
-Esqueci-me de dizer: amanhã tenho que acordar cedo para visitar a biblioteca, preciso de alguns livros para poder concluir um projeto da faculdade, portanto, acho que vou passar a manhã e uma parte da tarde por lá...
-Ah, sim. Bons estudos, se eu não estiver aqui provavelmente estarei na casa do Yoshinori-kun.
-Boa noite.
-Boa noite! – sorriu.

Enquanto Nowaki ficava na sala vendo TV, eu fui para meu quarto sentindo-me desconfortável por saber que ele iria encontrar-se com Hisashi. Inconscientemente me olhei no espelho, analisando-me para saber se eu era do jeito que aquele retardado dizia gostar em garotos: frágil e magrelo. Ao perceber o que estava fazendo, fechei a cara e fui dormir irritado comigo mesmo por um momento ter-me comparado com o namorado daquele idiota.
Acordei cedo, no relógio eram 06h15min. Nowaki ainda estava dormindo. Ele não é de acordar cedo, pois adora dormir mais do que se deve. Tomei café, arrumei-me e sai deixando algo para ele comer. Sim, a geladeira deixou de ser enfeite, Nowaki trouxe alegria para ela.
Como previsto, demorei bastante dentro da biblioteca, porém saí de lá com todos os meus trabalhos concluídos. Aproveitei para ler coisas fora do meu objetivo, os livros me fascinam. Cheguei à porta do apartamento e, enquanto subia as escadas, procurava a chave de minha casa e olhava para o relógio, 16h51min, realmente demorei... Ao abrir a porta de casa, como de costume avisei que havia chegado, mas vi uma cena que não me deixou terminar de dizer “tadaima” e me atribuiu o semblante surpreso e um coração palpitante: Nowaki beijando outro garoto no meio da sala. Pelo visto não me ouviram chegar, pois permaneciam a se beijar, era um garoto que aparentava ser mais baixo que eu, tinha cabelos escuros como os de Nowaki, estava abraçado a ele da mesma forma como aquele idiota havia me abraçado da vez em que ele sumiu e me deixou preocupado. O outro garoto cessou o beijo e começou a falar com ele.
-Hum... Bunko-kun, estava morrendo de saudades de você... – desabotoou a camisa do maior.
- Hisashi, aqui não, este apartamento não é meu... – segurou os punhos do menor na tentativa de pará-lo. Chiharu então bateu a porta no intuito de fazer barulho e mostrar-se presente no local – Haru-kun! – olhou surpreso para ele.
-Quem é ele? – indagou Chiharu tentando conter o timbre ciumento e irritado.
-Ah, esse é Hisashi, o namorado quem eu te falei. Hisashi, esse é Haru-kun, ele é o dono do apartamento.
-Ah, prazer em conhecê-lo, chamo-me Moriko Hisashi – o menor aproximou-se de Chiharu, tendo um simpático sorriso nos lábios enquanto que estendeu a mão na direção do outro.
-Prazer, Atsushi Chiharu. – apertou a mão de Hisashi – Mas, como você conseguiu vir do futuro até aqui? – perguntou curioso e enciumado.
-É uma longa história, mas digamos que os amigos que Bunko-kun e eu temos me ajudaram a vir aqui visita-lo! - aproximou-se de Nowaki – Ah! Não o atrapalho estando aqui, né? – perguntou preocupado.
-De maneira alguma – sorriu forçado.
-Não pretendo ficar aqui muito tempo, uma semana talvez, não quero atrapalhá-lo...
-Ah...  – Pens.: UMA SEMANA? MEU APARTAMENTO VIROU HOTEL OU POINT DE PROSTITUIÇÃO POR UM ACASO?

Minha definição de vida perfeita fora por água abaixo, meus dias indo para a faculdade, depois para o trabalho e voltar para casa tendo Nowaki para conversar e contar as coisas e às vezes Yoshinori-san para nos fazer companhia se foram, tudo por causa desse magrelo chamado Moriko Hisashi! Argh, odeio ele!

Agora Nowaki não sai de perto de Hisashi, ele está aqui há dois dias e ainda não o vi sozinho, sempre acompanhado de Nowaki. Hisashi tem o hábito de acordar cedo, assim como eu, mas Nowaki levanta-se cedo só para puxar Hisashi de volta para o quarto. Detalhe: às vezes ele sai do quarto com os cabelos bagunçados e coberto apenas pelo lençol da cama na cintura! Argh, até quando isso vai durar? Essa semana anda arrastando-se e, sinceramente, não parece que ele realmente vai ficar só uma semana em meu apartamento!
Um dia desses Nowaki estava tomando banho, Hisashi e eu estávamos na sala assistindo TV, na verdade eu estava sentado no chão usando a mesa de centro como apoio para o meu livro. De repente Hisashi pronunciou-se, o que me desconcentrou de minha leitura.

-Ei, Atsushi-san...
-Hum?
-Você ama o Bunko-kun? – o questionou tranquilamente.
-E-EU? – espantou-se – Claro que não, ele é seu namorado!
-Pois não parece, Atsushi-san...
-Pode me chamar pelo nome. – o cortou – O que te faz pensar que não parece?
-Está bem, Chiharu-san. Do jeito como você olha para o Bunko-kun me faz pensar isso... Você sabe que ele é rico?
-Her, sim sei. Mas o que isso tem haver?
-Então você o ama mesmo? Independente da condição financeira dele?
-Hããã, Hisashi... – cortado.
-Responda-me. Não precisa se preocupar, não vou me irritar com você.
-Mas esse não deveria ser o esperado do namorado de Nowaki?
-Sim. – riu – Mas isso se eu realmente gostasse dele...
-Realmente...? Na verdade... Você não gosta dele?
-Nada contra ele. O mesmo é bonito, sexy, bom de cama, bem-humorado, carinhoso, mas não faz meu tipo...
-Então por que você está esse tempo todo com ele?
-Pelo dinheiro dele, oras. O mesmo me deixa usufruir de sua fortuna como eu bem entender. Se ele soubesse quanto do dinheiro dele eu já gastei, Bunko-kun teria um enfarto, mas isso não seria nem metade de todo o dinheiro que ele tem...
-E por que você está me contando isso? – perguntou surpreso.
-Não sei, senti confiança em você... Sei que se você contar tudo para ele o mesmo não vai acreditar, já que ele se diz loucamente apaixonado por mim... Outra que eu precisava contar isso para alguém, meus amigos com o tempo passaram a ser mais dele do que meus...
-Você não acha que está brincando seriamente com os sentimentos de alguém?
-Você diz isso por que está com ciúmes? – Chiharu assustou-se – Ou seria... Inveja? Hum, só porque eu já vi e toquei em cada pedaço daquele corpo escultural de Bunko-kun? O deixo excitado com facilidade e já o fiz gemer meu nome em meu ouvido bem devagarzinho? – Hisashi o provocou tendo o semblante pervertido – E você não...?
-Como pode ter tanta confiança nele? Ele poderia muito bem ter te traído! – ruborizou pelas coisas que Hisashi lhe disse.
-Não... Bunko-kun não é desse tipo de homem. Quando está apaixonado, volta-se apenas para uma pessoa, no caso, eu. – sorriu cinicamente.

AQUELA CONVERSA ESTAVA ME DEIXANDO DESCONCERTADO! Parece que Nowaki adivinhou, ele terminou o banho e foi até a sala, onde o assunto de imediato terminou-se, porém as expressões permaneceram: a cínica de Hisashi e minha de espanto. Nowaki parou atrás do sofá onde Hisashi estava sentado, que por vez trocou sua expressão cínica por uma simpática. Nunca imaginaria que tal expressão (que ele usou muitas vezes com nós dois) seria forjada. Deviam ser anos de prática...
Nowaki tocou os ombros de Hisashi fortemente o que fizera o último arrepiar-se, ele beijou o pescoço daquele aproveitador e disse algo do tipo “te espero no quarto”, senti uma pontada o coração por Nowaki ter dito isso a ele não a mim e de saber que Hisashi estava mentindo para ele... Queria contar, mas no fim de tudo eu acabaria sendo o vilão da história. Estava de pés e mãos atadas. Nowaki sorriu para mim e dirigiu-se para seu quarto. Hisashi o esperou entrar no cômodo e levantou-se até que eu me pronunciei:

-Ei.
-Hum?
-Você diz que não gosta do Nowaki, mas ficou arrepiado com o toque e o beijo dele... – ruborizou.
-Posso não gostar dele, mas isso não significa que não posso ficar excitado pelo Bunko-kun, afinal, o corpo dele não foi feito para apenas deitar ao lado e dormir agarradinho como tenho certeza de que você faria se ele fosse seu namorado.
-Você não pode tirar conclusões precipitadas! – bufou irritado.
-Não, mas seu rosto de quem é virgem o denuncia Chiharu-san. – riu cinicamente – Bem, agora tenho que ir, Bunko-kun está me esperando “ansioso” no quarto dele, se me entende bem... – virou-se e assim deixou um Chiharu boquiaberto na sala.

O pior é que nem eu, que sou mais atento que Nowaki, percebi quem Hisashi realmente era: uma cobrinha venenosa! Céus, como eu não percebi isso? Como vou conseguir abrir os olhos de Nowaki? Não quero que ele fique com Hisashi! O mesmo não o ama, só quer o dinheiro dele! Naquele momento eu precisava de ajuda de fora e ninguém melhor seria se não fosse Yoshinori-san, quem se tornou tão próximo dele em tão pouco tempo. Ele sabe bem como usar as palavras e vai me ajudar a resolver isso! Corri para o apartamento de Yoshinori-san e bati na porta do mesmo, este me atendeu e, quando pretendi pronunciar-me, ele me puxou para dentro do apartamento dele, fechando a porta e escorando-me contra esta brutalmente.

-Y-yoshinori-san? O-o que você está fazendo? – ruborizou.
-Apenas fazendo o que Nowaki-san me disse: sendo eu mesmo.
-D-do que você está falando? – Yoshinori avançou sobre o corpo do menor, tomando o pescoço do mesmo em intensos beijos. – Y-yoshinori-san! – sua voz saiu falhada.
-Chiharu... – o maior segurou o rosto do menor, fazendo-o olhar em seus olhos – Eu te amo. – Chiharu espantou-se com a declaração do maior, empurrando o mesmo para longe de si.
-Yoshinori-san! Você sabe o que está dizendo? Nós somos homens!
-Nunca tive tanta certeza de minhas palavras, Chiharu-kun. E acho que, contanto que ame, não importa se a pessoa é homem ou mulher. O que importa é amar e ser amado.
-Me desculpe Yoshinori-san... – o rapaz abaixou a cabeça e refletiu sobre a frase do maior – Mas eu não posso corresponder ao seu sentimento, me desculpe...!
-Por quê? – o rapaz manteve-se sério desde o momento em que atendeu a porta, apenas observava Chiharu, que por vez parecia estar mergulhado em seus pensamentos, estes que pareciam tão intensos ao ponto de fazer seus olhos marejarem.
-Porque você... – pausou – Porque você... Você não é o Nowaki! Você não é aquele retardado imbecil que agora deve estar transando com o namorado dele sem nem ao menos saber que aquele garoto só está com ele por causa do dinheiro dele! – indignado, Chiharu bateu com o punho na parede, contendo suas lágrimas. Lágrimas de raiva.
-Suponho que você veio me pedir ajuda, certo? – mexeu nos cabelos.
-Sim! Eu vim pedir sua ajuda! Ela agora seria fundamental para mim! Você tornou-se um grande amigo de Nowaki, eu percebi, e só você pode abrir os olhos dele com relação ao Hisashi! – fitou o maior desesperado.
-Me desculpe Chiharu – Yoshinori fechou os olhos, ignorando a face surpresa do menor  – Eu poderia até ter esse poder de ajudá-lo, mas não pretendo fazer isso. Estaria dando um tiro no meu próprio pé ao liberar o caminho para que você pudesse conquistar Nowaki-san. Não tenho nada contra vocês, realmente tenho uma ótima amizade com ele e você pode até conseguir resolver este problema, mas não será com minha ajuda, me desculpe.
-Por que, Yoshinori-san? Por quê?
-Já disse, é porque eu te amo. Tente se colocar no meu lugar: você ama seu vizinho desde quando ele mudou-se, é prestativo e bondoso com o mesmo, mas este nem percebe seus sentimentos. De repente ele aparece com um homem nu dentro de seu apartamento e diz não ser nada daquilo que aparenta ser. Seu vizinho passa a visitá-lo com menos frequência e você pode apenas escutar vez ou outra a voz dele junto com a do outro pelos corredores. Um dia o tal homem bate a sua porta e dali surge uma forte amizade, onde um diz seus sentimentos sobre o vizinho e ele o convence a ser sincero, ser ele mesmo. Quando se resolve seguir o que aquele homem dissera, descobre-se que seu vizinho não estava apaixonado por ele e o pior: vem pedir-lhe ajuda para deixar o caminho livre para poder conquistar quem aconselhou o vizinho a declarar-se. Não acha isso doloroso demais para seu vizinho apaixonado? – apontou para si ao referir-se “vizinho”.
-Me desculpe Yoshinori-san! Me desculpe! Eu não faço nada certo, NADA! – Chiharu saiu correndo do apartamento de Yoshinori, deixando o mesmo sozinho ali com o semblante sério.

Algo de estranho estava acontecendo naquele dia. Muitas coisas estranhas estavam acontecendo de uma vez só: Hisashi se desabafar comigo, depois Yoshinori-san confessar-se para mim... Sentia minha cabeça confusa, num turbilhão de pensamentos, mas na verdade não queria dar atenção a nenhum deles, apenas aos que Nowaki aparecia. Estava sentindo-me sufocado querendo contar àquele idiota que Hisashi não era o que ele pensava. Aquilo me consumia, eu tinha medo do que poderia acontecer, tinha medo de Nowaki irritar-se comigo e Hisashi aproveitar-se disso, arrumando em seguida um jeito de partir junto com ele. Estava desesperado. Comecei a chorar sentindo-me impotente diante de tal situação, estava de pés e mãos atados, não conseguia ver saída alguma para tal situação. Yoshinori-san não me ajudaria, minha única esperança fora por água abaixo. O que eu faço agora? Questionei-me entrando em meu apartamento, trancando-me em meu quarto e por último me jogando sobre os lençóis esticados de minha cama.
Nowaki! Por que você tinha que ser tão tapado? Tão infantil? Tão bondoso? E porque logo neste exato momento eu tinha que descobrir que o que me consumia por dentro, além da angústia e do desespero, era meu amor por você?!


Capítulo 05 - Surpresa de outra época.
OLÁ, ATRASADOS!
Sorte grande: minha vida anda tão alegre ultimamente! Tudo está tão bem...
Haru-kun anda mais paciente, Yoshinori-kun anda me visitando mais vezes (quase todos os dias, na verdade). Passamos a tarde toda conversando e/ou fazendo algo enquanto Chiharu não está em casa e, quando mesmo chega, ele junta-se a nós.
Num desses dias Yoshinori-kun nos avisou que iria embora mais cedo, pois tinha um compromisso; Chiharu foi dormir, pois tinha que sair cedo no dia seguinte e eu permaneci na sala, entediado. Resolvi entrar um pouco na internet, afinal, Yoshinori-san consertou o estrago que Chiharu fez quando sacudiu minha arma e me tirou da internet.
Naquele dia em que Chiharu saiu para me procurar na rua e eu estava no vizinho dele, o último ajudou-me até a atualizar minha arma, dando a mesma a capacidade de reverter o estrago que fazia. Me surpreendi. A população daqui é tão atrasada tecnologicamente e, mesmo assim, um deles conseguiu fazer o que eu não consegui!
De qualquer forma agora ficou mais prático consertar os estragos que faço no apartamento de Haru-kun como também aumentar a quantidade de desastres sabendo o quão fácil é corrigi-los!
Pois bem, entrei na internet e a primeira coisa que resolvi fazer foi procurar algo sobre Rodolfo Rita, o cara que estava com a MINHA roupa! Mas não achei nada sobre ele! O sujeito era tão desimportante assim? Pensei em pedir ajuda a Chiharu, mas lembrei-me que o mesmo já deveria estar dormindo, ele perguntou-me quem era o ativo entre Hisashi e eu. Estranho.
Já que não achei nada de Rita fui dormir. No dia seguinte acabei acordando cedo por conta do horário que fui me deitar. No relógio eram 11h35min, Chiharu já havia saído. Fui fuçar a internet e, com o passar das horas, resolvi visitar Hisashi na fake dele, o mesmo não estava online, porém havia me deixado uma mensagem enquanto estive off. Na mensagem dizia:

“Yo, Bunko-kun! Sei que você está off agora, mas não quis tentar a sorte e esperar você aparecer já que esqueceu-se de mim D;
Estou ansioso demais para esperar também, vou dizer logo: estou indo para ai! ^-^”

A princípio abri um imenso sorriso, mas depois fiquei curioso: como ele vai conseguir vir para cá? Tinha um PS, terminei de ler.

“PS.: Estarei ao lado de sua arma de plasma enquanto você lê este recado.
                                                                                                                                         Beijos, Hisashi ”.

Do lado dela, ah... DO LADO DELA? Espere, ele já chegou? Como?!
Sai da internet e, ao materializar-me, fui surpreendido por Hisashi abraçando-me.

-Bunko-kun!
-H-hisashi! O que você está fazendo aqui? – surpreso.
-Não gostou de me ver? – tomou o semblante triste.
-Claro que gostei bobo, mas estou surpreso por te ver aqui, no passado!
-Ah, nossos amigos arrumaram um jeito de me trazerem para cá, essa semana é muito importante para nós, não se lembra?
-É?
-Bunko!
-O que foi?!
-Essa semana fazemos dois anos de namoro, tapado! – cessou o abraço e virou-se de costas para o maior, irritando-se com o mesmo.
-A-ah! Desculpe meu amor, eu esqueci completamente, desculpe! – abraçou Hisashi por trás e recostou a cabeça sobre o ombro do mesmo. – Me desculpe por não ter lembrado... – sussurrou no ouvido do menor, que por vez arrepiou-se e girou, estando novamente de frente para o outro, que o mantinha carinhosamente preso em seus braços.
-Ah... – suspirou dando-se por vencido ao ver a cara de cão sem dono do maior – Eu não consigo ficar irritado com você, seu idiota... – Nowaki sorriu, enquanto que aproximou seus lábios dos do menor, iniciando um beijo de aparência intensa e afobada. Ao cessar o beijo, o menor estava com os lábios rosados e com a respiração descompassada.
-Te beijar pessoalmente é muito melhor do que através da internet. Estava com saudades... – adquiriu um pequeno sorriso nos lábios, o que deixou o menor ruborizado.

Por que todos têm mania de me chamar de tapado, idiota, retardado e coisas do tipo?!
Enfim, recomecei a beijar Hisashi, na verdade não queria ter parado, mas percebia que ele já estava sem fôlego. Hisashi era muito mais baixo do que eu. Enquanto tenho 1,92m; ele por vez tem 1,54m; a diferença de tamanhos é gigantesca assim como nossos fôlegos são diferentes também.
No que recomecei a beijá-lo, senti que estava sendo vigiado ou algo do tipo, mas pensei que fosse apenas impressão. Hisashi cessou o beijo e passou a desabotoar minha camisa. Eu o impedi. Nesse mesmo momento escutei a porta bater-se e, ao olhar para a mesma, vi Chiharu com um semblante do qual acho que não saberia descrever ao certo...
Hisashi olhou para Chiharu e o mesmo parecia devolver o olhar em certo tom assassino; devem ter sido as horas na biblioteca, o estressou. Apresentei Hisashi a Chiharu e vice-versa, o primeiro foi até o segundo, apresentando-se simpática e educadamente. Hisashi anunciou que ficaria uma semana na casa de Chiharu, o mesmo disse não importar-se, mas senti-me desconfortável, pois estava abusando da hospedagem dele...
No fim acabou que este sentimento passou. Hisashi já estava no apartamento de Chiharu há dois dias e eu não conseguia deixá-lo sozinho de jeito nenhum!
Eu sou apaixonado por ele, ou seja, qualquer coisa naquele garoto me deixa excitado, OU SEJA, qualquer coisa que ele fizesse para mim já era motivo para arrastá-lo ao meu quarto. Até se ele espirrasse, eu o trancava lá dentro e só o “libertava” quando eu caísse no sono. Ele não reclamava então por mim tudo bem!
Como consequência, minha convivência com Chiharu diminuiu. Nunca pensei que fosse sentir falta daquele baixinho me chamando de retardado, mas como Hisashi iria embora em alguns dias, não seria nada demais não dar tanta atenção assim a Chiharu, já que eu convivo 24 horas por dia com ele enquanto que com Hisashi só me restam alguns poucos dias...

Já se passaram quatro dias desde que Hisashi chegou ao apartamento de Chiharu, tenho notado o último mais estranho ultimamente... E olha que para eu perceber ele deve estar extremamente estranho!
Não sei como explicar, mas ele anda mais isolado, até tem conversado com Hisashi, mas nem um nem outro me contam o que tanto eles conversam e, pelo visto, estas conversas andam abalando Chiharu seriamente, isso está me deixando curioso demais... Perguntei a Hisashi primeiro, o mesmo disse que estava tirando dúvidas que Haru-kun tinha sobre sexo!
Depois perguntei para Chiharu e o mesmo me deu uma resposta evasiva, mudando de assunto. Nunca pensei que falar de sexo com Chiharu fosse deixá-lo tão estranho assim. Parecia mais que ambos falavam de assassinato, não de sexo! Será que ambos planejam matar alguém? AH! PODERIA SER EU? OU YOSHINORI-KUN? Ou pior... A RITA! MEU DEUS! NÃO O MATE, EU O DEIXO FICAR COM A MINHA ROUPA!

-Você não vai me dizer mesmo, Haru-kun?
-Pare de me incomodar, Nowaki, vá perguntar ao seu namorado!
-Mas eu já perguntei!
-E ele?
-Disse que você está assim por falta de sexo e que foi pedir conselhos a ele.
-O QUÊ?! COMO AQUELE MAGRELO MALDITO FOI DIZER ISSO PARA VOCÊ?! – perguntou exaltado.
-Não é isso? – Chiharu calou-se – Ei, você não sabe mentir.
-Já disse para você não me incomodar. Saia daqui preciso estudar! – Nowaki estava dentro do quarto de Chiharu.
-Diga-me! – apontou a arma de plasma – Ou seu quarto vira pó!
-Fique a vontade, de mim você não tira nenhuma sílaba sobre tal assunto!

Desisti. Quando ele fala uma coisa, mantêm a mesma até o fim, não tenho saco para insistir muito de uma vez só, amanhã eu insisto um pouco mais...
Nesses dias andei fuçando o significado de vários nomes na interne. Passei a me interessar por isso, me serve como passatempo quando estou sem nada para fazer. Resolvi procurar os nomes de Chiharu, Hisashi e Yoshinori-kun. Quando voltei da internet, Chiharu e Hisashi estavam na sala, novamente com aquelas expressões estranhas, depois daquilo tive certeza mais que absoluta de que eles estavam escondendo algo de mim, porém daquela vez resolvi ignorar. Fui chamar Yoshinori-kun. O mesmo veio comigo para o apartamento de Chiharu e assim nós quatro estávamos reunidos na sala, Yoshinori havia trazido várias coisas para comermos no lanche, uhuu!

-Olhem o que achei na internet, pessoal! – colocou um papel sobre a mesa de centro, onde todos estavam sentados no chão ao redor desta. Hisashi ao lado de Nowaki, o mesmo ao lado de Chiharu e este ao lado de Yoshinori, que estava ao lado do primeiro da sequência. Todos olharam para o papel curiosos.
-O que é isso? – indagou Chiharu – Tem nossos nomes escrito nele...
-É o significado dos nossos nomes. Nowaki-san os buscou pela internet – concluiu Yoshinori. – Estou certo?
-Certíssimo! Vou ler para vocês! – pegou o papel animado – Nobuyuki Bunko significa “Felicidade Infantil”.
-Condiz perfeitamente com sua pessoa. – comentou Yoshinori.
-De fato... – concordou Chiharu tendo uma gota na testa.
-Ah, mas ele não é assim o tempo todo, não é Bunko-kun? – perguntou Hisashi; Chiharu revirou os olhos.
-E qual o significado de Nowaki? – perguntou Yoshinori.
-“Furacão” – respondeu Chiharu e Nowaki em uníssono.
-É? Não sabia disso! – Hisashi fez-se de desentendido.
-Permaneça, Nowaki. – Nowaki iria responder a Hisashi, porém foi cortado por Chiharu. Hisashi por vez apenas sorriu, sorriso esse que era de satisfação por ver que ele conseguia atingir Chiharu várias vezes tão facilmente.
-Pois bem, Yoshinori Takeshi significa “Nobre Guerreiro Virtuoso” – todos olharam admirados para Yoshinori, que se sentiu desconfortável.
-Ãh... O que foi gente? É só o significado de um nome! – desconcertou-se.
-Mas é a sua cara, Yoshinori-kun. – respondeu Chiharu.
-Literalmente – completou Hisashi enquanto aproximou-se de Nowaki e pegou em seu braço, de modo que a mão deste ficasse sobre a coxa do menor – Você tem cara de pessoa culta, já fala de forma séria e culta, parecendo um nobre virtuoso.
-Ah, obrigado... – Yoshinori ruborizou superficialmente, pois sempre ficou sem graça ao receber elogios das pessoas, mexendo nos cabelos para tentar disfarçar.
-Sabe, nenhum de nós chamamos Yoshinori-kun pelo nome, nem quem escreve essa história usa o nome dele! – retrucou Nowaki enquanto acariciava a coxa de Hisashi.
-É verdade, sempre de “Yoshinori-san”, “Yoshinori-kun”... Assim parece que esse é o nome dele – Chiharu olhou de soslaio o que Hisashi depois Nowaki fizeram, procurando não fechar a cara, pois Hisashi naquele momento o observava fixamente.
-Vai ver é porque “Yoshinori” soa mais forte do que “Takeshi”... – manifestou-se Hisashi.
-Concordo... Nowaki-san continue, por favor... – pediu Yoshinori.
-Moriko Hisashi significa “Longa vida da Criança... Morta”? – leu a última palavra sem entender o sentido.
-Hã? – pronunciou Yoshinori e Chiharu em uníssono.
-Não é isso, meu bem. Moriko significa “matador de crianças” e Hisashi “longa vida”, você não uniu as duas frases direito. – explicou Hisashi.
-“Longa vida ao matador de crianças”? – tentou novamente.
-Melhor esquecer... – revirou os olhos.
Pens. Chiharu: pelo visto nem o nome dele significa boa coisa!
-E por último, mas não menos importante: Atsushi Chiharu, que significa “Nascente Cordial”. – Nowaki olhou para Chiharu, que por vez fazia o mesmo. O menor ruborizou e olhou para o outro lado, o que Yoshinori e Hisashi perceberam menos Nowaki, obviamente. – Parece nome de música sertaneja!
-Ah, cale a boca! – Chihahu exclamou irritado; os demais riram.

Torno a repetir: saber o significado do nome dos outros é legal, vou fazer isso mais vezes!
Sem percebermos a noite estendeu-se em jogos, piadas, conversas e etc. Era uma quarta-feira, com exceção minha e de Hisashi, Yoshinori e Haru-kun tinham afazeres no dia seguinte, então procuramos nos despedirmos o quanto antes. Yoshinori-kun foi para seu apartamento, Haru-kun foi para seu quarto dormir enquanto que Hisashi e eu nos encarregamos de arrumar a bagunça da sala. Eu ainda estava sentado e Hisashi permanecia agarrado ao meu braço.

-Bunko-kun... – sussurrou no ouvido dele.
-Hum...? – arrepiou-se.
-Será que podemos arrumar a sala daqui a pouquinho...? – perguntou deslizando suas mãos até o membro do maior sobre a calça.
-H-hisashi, aqui não...! – retrucou ao ver o menor desabotoar sua calça.
-Só um pouquinho... – habilmente introduziu a mão na calça do maior, seguida da cueca do mesmo, tocando no membro já semi-enrigecido de Nowaki por conta das carícias de Hisashi. – Yuki-kun... Só um pouquinho... – insistiu as últimas palavras gemendo no ouvindo do maior enquanto que mordiscou a orelha do mesmo e passou a estimular a intimidade deste, deixando-o mais excitado.
-Você não sabe esperar mesmo, não é...? – fechou os olhos com as carícias de seu namorado, jogando-o, sem usar muita força, o menor no chão. Posicionando-se sobre Hisashi, do qual não cessou os estímulos ao maior, que por vez tomou o pescoço do primeiro com beijos e mordiscadas.
-Com você é impossível se esperar, Yuki-kun... – respondeu tendo um malicioso sorriso nos lábios, trocando de posição com Nowaki, estando desta vez por cima, onde ele desceu lentamente seus lábios no intuito de substituir o trabalho de sua mão...

CHEGA! PARE COM ISSO!
Antes, deixe-me explicar: o ‘Yuki’ do qual Hisashi me chamou foi uma espécie de apelido que ele deu para o meu sobrenome NobuYUKI! Entendeu? Nobu-YUKI, NOBUyuki, YukiNOBU, Nobu Y-U-K-I, No... – horas depois:
Mas assim se fez: Hisashi provocou-me tanto depois disso que acabei ficando com remorso ao ouvi-lo dizer para que eu fosse mais devagar nas estocadas, para parar e coisas do tipo. Mas eu estava tão excitado que não consegui diminuir a velocidade, daí acabei fazendo-o chorar de dor. Aquilo me deixou arrasado. No fim pedi incessantes desculpas para Hisashi, que sangrava por conta de minha brutalidade, o mesmo limpava suas lágrimas, fingindo que nada havia acontecido. Levantei-me e o carreguei no colo até o banheiro, onde o deitei na banheira, pedindo mais uma bateria de desculpas e perdões, o mesmo mandou-me arrumar a sala e que estava tudo bem. Não para mim.
Arrumei rapidamente a sala, deixando a mesma impecável para que Chiharu não percebesse o que havia acontecido ali depois que o mesmo foi dormir. Quando passei pelo banheiro a luz estava apagada, dirigi-me a porta do quarto e Hisashi estava deitado na mesma, parecia estar de lado, coberto até o pescoço.
Fui tomar banho também, um bem rápido, queria ver como Hisashi estava. Quando me deitei na cama, o abracei carinhosamente por trás, enchendo-o de beijos. Chamei seu nome e pude perceber que o mesmo ainda estava acordado, ele por vez não fez nada, apenas falou com voz baixa.

-Bunko-kun aquilo foi... – pausou.
-Eu sei me desculpe, nunca mais faço isso! Vou me canonizar e voltar a ser virgem, prometo. Juro! – choramingou.
-... Aquilo foi tão... Excitante... – concluiu.
-Eh?! – surpreendeu-se.
-Foi excitante, Bunko-kun – olhou para o maior – senti como se estivesse sendo violentado, chorando e pedindo para que você parasse... Foi excitante...
-Excitante? – fitou surpreso o menor – Você é um maníaco sexual sabia?! – Hisashi riu do comentário, tendo seu corpo envolto com mais força pelos braços do maior – Mas eu te amo, mais que tudo nesse mundo... – fechou os olhos e acomodou a cabeça sobre a do menor.
-Eu também... – respondeu Hisashi tendo um cínico sorriso nos lábios –... Eu também...

E assim pegamos no sono, me senti aliviado porque na verdade ele havia gostado. No dia seguinte ele me pediu para repetirmos a dose da noite passada. Sinceramente, ele é viciado em sexo!


Capítulo 06 - Plano quase infalível.
Tive que dormir cedo naquela noite, pois tinha que encontrar-me com Mitsuki e meu grupo de estudos, mas sinceramente queria ficar ali acordado até aquele Hisashi ir para o quarto com Nowaki e simplesmente dormir. Sei que isso é um pensamento infantil, mas não vejo melhor modo para evitar que eles fiquem fazendo sexo o tempo todo, isso me irrita! Acordei 06h00min e estranhei por Hisashi ainda não ter saído do quarto...

-Não consigo levantar! Estou preso! – pensou Hisashi enquanto estava “preso” nos braços de Nowaki, que dormia tranquilamente.

Já estava de partida quando meu celular tocou, olhei o mesmo e vi que era a ligação de um de meus amigos da faculdade dizendo que a reunião foi remarcada para 13h00min. Já que estava sem nada para fazer, resolvi sentar-me no sofá e assistir a algum noticiário para tentar manter-me informado. Quando peguei o controle da TV, ouvi alguém bater na porta, dirigi-me a mesma e a abri, deparando com Mitsuki.

-Tsuki-chan? O que está fazendo aqui?
-Vim aqui para podermos ir juntos!
-Ah, não te avisaram? O encontro foi remarcado para 13h00min.
-EH? Acordei cedo à toa? – choramingou.
-Se quiser pode ficar aqui até dar o horário, assim vamos juntos como você quer.
-Ah, claro. Obrigada! – tirou os sapatos e entrou no apartamento de Chiharu – Cadê seu amigo?
-Ele está dormindo... Com o namorado dele... – completou a contragosto.
-Namorado dele? Haru-kun, eu pensava que você fosse o namorado dele!
-Ah, quem dera. Aquele namorado dele não vale nada... Vai ficar aqui até sabe-se lá quando...
-Mas também não pensava que você fosse idiota o suficiente para deixar o namorado dele ficar na sua casa por tanto tempo! – completou.
-Ah, obrigado, viu? – respondeu com ironia.
-Que horas seu amigo acorda?
-Entre 11h00min e 14h00min.
-Do que ele gosta?
-De falar, destruir minhas coisas, ver TV, jogar, comer pipoca, se encher de refrigerante e apontar sua arma de plasma para tudo e todos o tempo todo.
-Do que ele não gosta?
-Que o atrapalhem quando está concentrado em algo, quando eu tomo o refrigerante da mão dele e o mando parar de beber, de ficar insistindo nas coisas por muito tempo e, principalmente, ser ignorado. – desconfiou de tantas perguntas por parte de Mitsuki.
-Há quanto tempo ele está morando aqui?
-Dois meses e meio... Para quê todas essas perguntas? – arqueou uma das sobrancelhas.
-Para saber se você o conhece bem e, pelo visto, conhece até demais!
-Foi à convivência forçada.

No fim acabei contando tudo o que Hisashi havia me contado sobre seu fingimento com Nowaki. Mitsuki ficou pasma, ela sabia que existiam pessoas assim, mas achava que nunca iria chegar tão perto de uma. No que conversávamos – baixo, para ninguém além de nós escutarmos – a porta do quarto de Nowaki fez um pequeno ruído do girar de maçaneta, o que, automaticamente, fiz Mitsuki inventar outro assunto e eu a acompanhá-la.

-Bom dia... – bocejou Hisashi andando extremamente devagar, o que Chiharu e Mitsuki estranharam.
-Bom dia – responderam os dois, Chiharu permaneceu – Por que está andando assim?
-Urgh, prefiro não comentar... – notou a presença da garota – Olá.
-Ah, olá. Chamo-me Mitsuki, prazer – respondeu sorridente.
-Prazer. Chamo-me Hisashi. – a garota tomou um pequeno susto, pois até então ela não sabia qual dos dois ele era: Nowaki ou Hisashi e, ao saber que era o último, lembrou-se do que Chiharu havia lhe contado sobre ele.
-Você está bem? - indagou Hisashi curioso pela reação da jovem.
-A-ah, estou. É que meu celular vibrou aqui! – fingiu ver alguma coisa no celular.

Eu permaneci fitando-o e Hisashi não se incomodou com isso, do contrário, tinha aquele sorriso cínico nos lábios de novo, às vezes me olhando e acenando. Odeio-o. Ele fez duas xícaras de café e levou ambas para o quarto, obviamente a outra seria para Nowaki. Não queria que ele bebesse aquele café, poderia está envenenado ou com algum feitiço para que ele continuasse apaixonado por aquele baixinho.

-Você viu aquele sorriso? – perguntou Chiharu.
-Vi. Céus! Aquele sorriso era puro cinismo, como ele consegue? Na frente de estranhos ainda por cima! – respondeu surpresa e indignada.
-Ele fica assim quando Nowaki não está por perto, não faz questão de esconder o quão falso é. Do contrário, ainda me conta tudo o que ele fez para manter aquela mentira com Nowaki!
-Não acredito! Fiquei boba! – guardou o celular – Ele deveria ser ator!
-Concordo. – encostou-se no sofá – Não sei o que Nowaki viu nele! Sou muito melhor que aquele cínico! – exclamou enciumado.
-Então aquele baixinho, magrelo, de cabelos castanho-escuros, olhos de mesma tonalidade é o falso do namorado do Nowaki, certo?
-Exato.
-E como Nowaki é?
-Você verá quando ele acordar. Se Hisashi levou café para o mesmo, provável que ele dê o ar da graça a qualquer momento. – respondeu impaciente.
-Estou ansiosa! – exclamou animada.

Céus, agora Mitsuki está ansiosa para conhecer Nowaki, era o que faltava... Não sei o que aconteceu enquanto eles estiveram sozinhos, mas achei estranho Hisashi levar café para Nowaki tão cedo, por que ele estaria querendo acordá-lo há essa hora?
Novamente ouviu-se o som da maçaneta e desta vez era Nowaki quem saía do quarto, tendo certa dificuldade para isso, já que duas mãos o puxavam pelo braço e pelo elástico da calça – ele dorme sem camisa – além disso, seus cabelos estavam bagunçados, sua cara era de sono, seus olhos estavam entreabertos... Mas nada daquilo ofuscava a beleza daquele rosto másculo. Ele não come nada de manhã, portanto, a cozinha passa sempre despercebida por ele nesse horário. Nowaki dirigiu-se até a sala, onde me cumprimentou com um beijo na testa e um bom dia. Fiquei vermelho. Nowaki fez o mesmo cumprimento com Mitsuki, à mesma estranhou, não estava acostumada com o modo como ele tratava amigos e estranhos da mesma forma: gentil, atencioso, agitado, tagarela...

-Bom dia, moça.

Nowaki beijou a testa de Mitsuki, que ruborizou ficando desconcertada com tal cumprimento já que era a primeira vez em que se viam. Pelo menos ela o viu, já que ele estava de olhos fechados.

-B-bom dia! – respondeu simpaticamente.
-Nowaki, esta é a Mitsuki, amiga minha da faculdade – Chiharu apresentou Mitsuki a Nowaki, por vez o último jogou-se sobre o sofá ao lado de Chiharu.
-Prazer Mitsuki, chamo-me Bunko, mas sou conhecido mais pelo apelido “Nowaki”. Pode me chamar assim se quiser – a voz de Nowaki era sonolenta, arrastada, porém gentil e atenciosa, onde ele tinha um pequeno sorriso nos grandes lábios.
-Prazer, Nowaki-san!
-O que está fazendo de pé há essa hora? – perguntou Chiharu.
-Hisashi me deu café... – espreguiçou-se.
-Por quê?
-Ele quer me deixar acordado para quando você for embora – sacudiu levemente o rosto, no intuito de afastar o sono, já que o café não o deixaria mais dormir.
-Vocês não se cansam disso?! – perguntou tentando conter irritação na voz.
-Não. – olhou sonolento para o menor – Mas confesso que estou com remorso de tentar algo com Hisashi... – Mitsuki ouvia de forma atenta e interessada na conversa.
-O que houve? – Chiharu perguntou curioso.
-Ah, foi ontem à noite...
-O que teve? O que teve?! – Mitsuki perguntou curiosa, tomando a palavra de Chiharu.
-Vocês perceberam que ele está meio lento para andar? – os dois confirmaram com a cabeça – Pois é, eu acabei “exagerando” um pouco com Hisashi e o fiz chorar noite passada, agora estou com remorso e medo de fazê-lo chorar de dor novamente...
-Owwwn...! – Mitsuki suspirou achando fofa a preocupação de Nowaki.
-Mitsuki! – Chiharu chamou atenção da jovem.
-Que foi? Ele se preocupa com o namorado, oras!
-Haru-kun, você não iria sair hoje?
-Vou, mas só mais tarde é que... – cortado.
-Bunko-kuuun! – chamou Hisashi do quarto. – Vai demorar muito?
-Pela primeira vez eu não quero fazer nada com Hisashi...! – sussurrou de modo que apenas os dois escutassem – Já estou indo! – falou mais alto para responder o menor que o esperava dentro do quarto.
-Hum... Que ir conosco, Nowaki-san? – perguntou Mitsuki.
-Mas vocês não vão estudar?
-Na verdade vamos apenas reunir nossos trabalhos e nos distrairmos num campo, praia ou algo do tipo...
-Importa-se Chiharu? – perguntou Nowaki.
-De modo algum, pode ir conosco se quiser! - respondeu animado.
-Mas e o Hisashi? Ele não pode andar muito pelo que aconteceu ontem... – fitou os dois.
-Ele fica em casa descansando. É bom que assim um se separa um pouco do outro, vai ser bom para os dois! - respondeu Mitsuki.
-É verdade... Que horas são?
-11h30min. Então, vai querer ir? – perguntou Chiharu tentando conter a voz ansiosa.
-Vou sim! – levantou-se animado – Vou falar com Hisashi, tomar banho e me arrumar. Volto logo. – deu a volta no sofá, indo em direção ao quarto.
-Mitsuki, eu te amo! – exclamou sorridente.
-Ah, não fiz nada demais... – riu da reação do amigo.

Quando achava que minhas esperanças haviam descido pelo ralo no dia em que meu pedido de ajuda foi negado pelo Yoshinori-san, eis que me surge de paraquedas minha amiga da faculdade Mitsuki. Não pensava que ela poderia e IRIA me ajudar a me livrar daquele problema, daquela situação. Na verdade pensava que Mitsuki quisesse conhecer Nowaki para tentar namora-lo ou algo do tipo, já que ela estava procurando um namorado e ficava sempre ansiosa para conhecê-lo... Comentei isso com ela e a mesma me respondeu que na verdade achava que fossemos namorados e declarou-se fã de yaoi.
Não sei o que houve no quarto de Nowaki, mas escutei um grande “O QUÊÊÊ?” vindo de Hisashi, aquilo me encheu de tamanha satisfação que não contive um risinho.

-Você é mal, Haru-kun.
-Desculpe Mitsuki. É que fiquei imaginando a cara de Hisashi. Ele merece, já que não é flor que se cheire!
-Ai, ai...

No fim Mitsuki riu também. De repente Nowaki saiu do quarto com sua roupa na mão. Não estava triste, nem feliz; permanecia com seu semblante de sono. Acho que no fundo não aconteceu nada... Uns minutos depois Nowaki estava tomando banho, podia-se escutar o som da água do chuveiro chocando-se contra o chão. Hisashi saiu do quarto com a cara fechada, foi até a sala e puxou-me pelo braço até o quarto dele. Mitsuki olhava a cena pasma.

-Céus! É agora que meu amigo morre!- Mitsuki exclamou pasma.
-O que você pensa que está fazendo?! – Hisashi encurralou Chiharu dentro do quarto, controlando o timbre de sua voz para que Nowaki não escutasse seus gritos. – Por um acaso você está tentando tirar o Bunko de mim? – perguntou irritado.
-Eu não fiz nada demais, só o chamei para ir comigo aonde eu vou e ele aceitou, mas preferiu deixar você aqui por não estar em condições de sair, só isso. – respondeu surpreso.
-Eu não acredito! Não acredito! Eu sei que você ama o MEU Bunko, você acha que eu não percebi o jeito como você o olha? Você mesmo pode não admitir, mas seus sentimentos o denunciam idiota! – o empurrou contra a parede, olhando-o fixamente nos olhos – Eu vou fazer até o impossível para que ele te odeie mais do que tudo nesse mundo!
-O-o que você pretende fazer Hisashi? – perguntou hesitante.
-Você vai ver. Não se preocupe! – sorriu maleficamente.

Aquela expressão de Hisashi me deu calafrios. Sua face mostrava completa irritação enquanto que em seus lábios um sorriso do qual eu julgaria ser um tanto psicopata formou-se. Estava com medo, muito medo, remoendo aquela frase na cabeça várias e várias vezes sem parar “eu vou fazer até o impossível para que ele te odeie mais do que tudo nesse mundo!” .
 Hisashi afastava-se de mim e dava-me uma rasteira, me fazendo cair sobre ele. Com as pernas, Hisashi me prendeu em cima dele enquanto começava a despir-se erroneamente, deixando marcas vermelhas em sua pele. Eu, um perfeito idiota, olhava surpreso Hisashi gritar pelo nome de Nowaki o mais alto possível. O mesmo, que estava dentro do banheiro vestido apenas por um roupão, escutou os gritos daquele cínico desgraçado e saiu correndo do cômodo preocupado. Mitsuki, que já estava na porta do quarto, porém receosa de entrar, deu de cara com um Nowaki preocupado, porém sério.

-O que houve Mitsuki?! Por que Hisashi está gritando? – perguntou Nowaki.
-E-eu não sei. Depois que você foi tomar banho, Hisashi-san veio para a sala e puxou Haru-kun para o quarto de vocês, ele estava com uma cara muito irritada!

Escutei a voz de Mitsuki e Nowaki na porta e desesperei-me. Olhei para Hisashi e o mesmo parecia conter uma satisfatória risada dentro de si. Eu precisava pensar rápido. RÁPIDO! RÁPIDO! COMO EU PODERIA ME LIVRAR DESSA SITUAÇÃO!???
Já que estava preso a Hisashi, a única coisa que poderia fazer seria inverter a situação: ele ficar em cima de mim. Rolei no chão, trocando de posição e assim foi. Quando Nowaki abriu a porta bruscamente, tendo Mitsuki escondida atrás dele com medo da cena que poderia ver, encontrou Hisashi em cima de mim, quase despido e com várias marcas pelo corpo, causadas por ele mesmo. Nowaki olhou a cena em tremendo espanto, nunca havia visto tal expressão no rosto dele.
Eu estava com medo. Muito medo. Ele agora iria realmente odiar-me por culpa de Hisashi e parecia que tudo estava a favor dele, SÓ DELE!

-Hi-hisashi... O que é isso? – o maior perguntou surpreso enquanto que Mitsuki tomou coragem para ver a cena e espantou-se da mesma forma que Nowaki.
-Bunko-kun! Enquanto você tomava banho, Chiharu-san invadiu meu quarto e começou a me despir e a me bater! – chorou de forma falsa.
-Ele quem entrou aqui? – Nowaki olhou para Chiharu, este por vez mantinha-se imóvel com seu coração disparado e a expressão surpresa na face.
-SIM!
-Não foi o que Mitsuki me disse há pouco...
-Eh? Você vai acreditar numa garota que acabou de conhecer E NÃO EM MIM?
-Hisashi, eu tenho muitas provas de que foi você quem fez isso, espero que não esteja mentindo com algo tão sério!
-EU NÃO ESTOU MENTINDO PARA VOCÊ, BUNKO! – soluçou.
-SAI DE CIMA DE MIM! – Chiharu empurrou Hisashi de cima dele, o fazendo cair ao seu lado; o primeiro levantou-se e se afastou do segundo. – Nowaki! Foi ele quem começou a tirar as próprias roupas e a se ferir, eu não fiz nada! – apontou para Hisashi, olhando desesperado para Nowaki.
-MENTIRA! Você diz isso porque o Bunko-kun me ama e não a você, invejoso!
-Nowaki-san... – Mitsuki cutucou o maior, que olhou para a jovem – Raciocine comigo: Se Chiharu tivesse realmente feito o que Hisashi disse que ele fez o certo não seria que o CHIHARU estivesse POR CIMA do Hisashi e não o contrário?

Bingo! Era isso o que esperava que Nowaki percebesse! Era a única evidência que eu poderia mostrar de que foi Hisashi quem armou tudo isso, NÃO EU! Mas Mitsuki surpreendeu-me novamente, notando coisas que iriam passar extremamente despercebidas por mim.

-Além disso, se você puder notar... – Mitsuki aproximou-se de Hisashi – As marcas de unhas que se veem espalhadas pela pele de Hisashi condizem ao mesmo, pois Haru-kun não deixa suas unhas crescerem um milímetro sequer além do tamanho que estão agora: pequenas; já Hisashi tem unhas grandes. Ele já deve ter te arranhado enquanto estavam juntos, não?
-S-sim, várias vezes, até... – respondeu Nowaki encabulado pela pergunta.
-Bunko! – exclamou com voz chorosa – Não acredite neles, eles são mentirosos e só querem separar você de mim!
-Argh, VOCÊ QUEM É MENTIROSO! – Chiharu avançou sobre Hisashi, pois ele já estava farto da encenação do outro, aquilo o irritava demais e, avançar sobre ele, era o que desejava mais do que nunca desde a primeira conversa que tiveram. Nowaki foi até os dois, que brigavam não trocando socos no rosto, estômago ou algo do tipo, mas sim puxões de cabelo, tapas na cara e insultos.
-Parecem duas mulheres brigando! – comentou Mitsuki tendo uma gota na testa.
-Chiharu, pare! – Nowaki correu até os dois onde um parecia descontar a raiva no outro. Nowaki tornou a chamar por Chiharu já que o mesmo aparentava ser mais forte que Hisashi, mas o mesmo não deu atenção ao maior que, pela primeira vez, irritou-se com Chiharu, puxando-o pelos braços de modo que este soltasse Hisashi e ficasse de pé. Chiharu estava de costas para ele, porém virou o rosto, fitando o semblante irritado do maior, o que o intimidou mais do que quando Hisashi fez o mesmo – PARE! – ele gritou uma última vez.

Senti vontade de chorar. Na tentativa de inocentar-me acabei deixando Nowaki irritado e fazendo o mesmo gritar comigo, isso nunca aconteceu desde que nos conhecemos. Meus braços estavam sendo fortemente apertados pelas mãos de Nowaki. Doía. Os braços e o coração doíam. Solucei uma vez, tentando conter o choro, mas as lágrimas começaram a descer descontroladamente. Nowaki, ao ver minha reação, soltou meus braços, enquanto que Hisashi parecia conter uma risada e Mitsuki tinha as mãos no rosto de tamanha surpresa. Tornei a surpreender-me quando Nowaki desta vez colocou as mãos sobre meus ombros, dizendo com voz doce e ao mesmo tempo autoritária para mim.

-Já são quase 13h00min, vá pegar suas coisas enquanto eu termino de me arrumar... – fitou Hisashi por cima dos ombros de Chiharu –... Agora eu realmente vejo um motivo para sair.

NÃO ACREDITEI! Mesmo depois daquele alvoroço todo?!! Pensava que ele fosse me xingar, me bater ou sei lá o que... Pensei que ele ficaria com Hisashi cuidando dos ferimentos que tanto o próprio quanto eu mesmo causei naquele cínico, mas a reação que eu e acho que Mitsuki e Hisashi também esperavam foi totalmente diferente!
Nowaki deu meia volta e entrou novamente no banheiro, pois a roupa que iria usar estava lá. Mitsuki, Hisashi e eu estávamos sozinhos de novo. Hisashi levantou-se me fitando mais furioso do que nunca.

-Isso não vai ficar assim, pode ter certeza disso...

Eu mal recebi a ameaça de Hisashi e já empurrei Mitsuki para fora do quarto, fechando a porta e voltando para a sala com medo dele tentar fazer outra coisa para que Nowaki finalmente acreditasse nele.

-Mitsuki... Estou com medo... – comentou Chiharu hesitante.
-Acalme-se Haru-kun – colocou a mão sobre o ombro do amigo – Ele não pode fazer nada enquanto Nowaki-san ainda estiver aqui, pense nisso!
-Mas ele pode fazer quando EU não estiver aqui. Na faculdade, no trabalho, na rua, não sei. Estou com medo do que ele possa fazer, ele parece um psicopata, Tsuki! – Chiharu entrou em pânico.

Nunca havia sentido tanto medo assim na minha vida. Não medo por acontecer algo comigo, mas medo por Hisashi fazer alguma coisa que acabasse afastando Nowaki de mim! Era DISSO que eu tinha medo! Nowaki saiu do banheiro sem ao menos voltar ao quarto para despedir-se ou algo do tipo. Estava serio, não era sua aparência costumeira. Aquilo me assustou seriamente. Fiquei incerto de seus atos ao ver tal expressão...

Continua...

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