Capítulo 10 - Entregando-se ao Amor e ao Destino.
OLÁ, POVO, QUANTO TEMPO!
Acabei não dormindo a noite toda pelo que aconteceu com Chiharu e, quando pude, quis ficar acordado para ter certeza de que ele não sairia quando eu caísse no sono. O esperei dormir primeiro.
Hoje completou uma semana desde o dia em que Chiharu foi atacado. Agora são 12h00min e eu não estou me aguentando de sono. Passamos outra noite inteira acordados fazendo absolutamente nada, apenas nos divertindo. Ficar na porta do quarto de Chiharu o vendo dormir tranquilamente na cama dele me deixa com mais sono ainda.
Pensei em invadir a cama de Haru-kun, mas isso ficou só no pensamento. Alguém bateu na porta e eu fui prontamente atender. Quando abri a porta vi que era Yoshinori-kun quem bateu a mesma.
-Que cara é essa, Nowaki-san? – perguntou surpreso.
-É a cara de quem não dorme a mais de um dia... – gota.
-O que houve?
-Jogos, TV, música... Mas então, não vai trabalhar hoje, Yoshinori-kun?
-Vou sim, porém mais tarde. Resolvi te chamar para ir comigo numa loja de eletrônicos, estava querendo ir para comprar um jogo novo que lançou e queria que você fosse comigo. Quer ir?
-Ah, quero sim! – animou-se – Espere um pouco, eu vou deixar um bilhete para Haru-kun ler quando acordar.
Escrevi no bilhete que havia saído com Yoshinori-kun, mas não demorava muito, peguei minha chave, celular e sai com ele. Yoshinori-kun queria pegar um ônibus, mas achei mais rápido um táxi, me ofereci a pagar. Chegando a tal loja que ele comentou, fiquei admirado com o tamanho da mesma. Era gigantesca por fora e por dentro. Lá vendiam todos os tipos de peças de museu existentes, incrível!
-Yoshinori-kun, qual o nome deste museu? – perguntou curioso.
-Nowaki-san, essa é a loja mais avançada do Japão e o Japão é o mais avançado do mundo em tecnologia, isso não é um museu, é o futuro!
-Museu do futuro?
-Ah, esqueço que você vem de uma época bem mais avançada que a minha. – revirou os olhos.
-Desculpe... – choramingou.
-Tudo bem, tudo bem...
-Já decidiu o que comprar para Chiharu-kun? O aniversário dele está chegando...
-Está? – perguntou surpreso.
-Você não sabe quando é o aniversário dele?
-Nunca perguntei. Quando é o aniversário dele?!
-Depois de amanhã.
-Eh? Tão perto assim?! – coçou a cabeça – preciso de sua ajuda: mostre-me a coisa mais avançada desta época!
-Vamos procurar então...
-Ok... – Nowaki olhou para os lados aparentando estar desconcertado – Ei, Yoshinori-kun.
-Hum?
-De umas semanas para cá... Percebi que eu me apaixonei pelo Haru-kun...
-Sério? – perguntou surpreso.
-É... Mas você não me disse que também estava?
-Sim, mas procurei esquecer esse sentimento, era mais que óbvio que ele preferia você, Nowaki-san.
-Então você não sente mais nada por ele?
-Acho que não... Por quê? – Nowaki seguiu Yoshinori que por vez o levou a um dos setores mais caros da loja.
-Hum... É que eu estou querendo me declarar para ele... – coçou a cabeça.
-Faça isso no aniversário dele, aposto que o mesmo vai ficar muito feliz em receber o presente junto com sua declaração – Yoshinori parou em frente a um balcão de vidro – Serve este celular? – apontou para um que estava em destaque na vitrine.
-Hum, é bonito... Tem desse lilás? É a cor preferida dele...
-Nowaki-san, ele é o mais caro dessa loja! – exclamou surpreso.
-É? Hum, legal...
-Esqueço também que você é rico... – bateu na própria testa. Yoshinori dirigiu-se até uma funcionária daquele setor e esta, ao virar-se, abriu um enorme sorriso vendo Nowaki ao lado de Yoshinori.
-Nowaki-san!
-Hum? Ah, Mitsuki-chan! – acenou – não sabia que você trabalhava aqui.
-Comecei há pouco tempo! – Mitsuki olhou para Yoshinori e ruborizou – E-esse é seu amigo, Nowaki-san?
-É sim. Vizinho do Chiharu. – respondeu sorridente.
-Prazer, Yoshinori Takeshi. – o rapaz pegou a mão de Mitsuki, depositando um beijo nesta. Ao terminar, ele deu um curto, porém gentil sorriso. Nowaki estranhou.
-Ei, você não beijou minha mão nem sorriu pra mim quando nos conhecemos!
-Naquela época eu te odiava retardado. – revirou os olhos.
-Ah, é. Esqueci!
-Se odiavam por quê?
-Longa história... – respondeu Nowaki e Yoshinori em uníssono, permanecendo o primeiro – Mas se gostasse de mim beijaria minha mão?
-Não.
-Ah, beija minha mão! – colocou a mão na frente de Yoshinori.
-Deixe de ser retardado, Nowaki-san! – Mitsuki riu da cena que estava vendo.
-Yoshinori-san, você é tão educado e fofo... – Yoshinori ruborizou – E-eu disse algo demais? – perguntou surpresa.
-Você o elogiou, Mitsuki-chan. Ele fica assim quando qualquer pessoa o elogia. – Nowaki sorriu.
-Que fofo! – Yoshinori ruborizou mais ainda.
-Hummmm... Sinto um climinha! – Nowaki provocou.
-Nowaki-san! – exclamou Yoshinori e Mitsuki em uníssono.
-Yoshinori-kun, você trouxe seu celular? Empresta-me?
-Trouxe, por quê? – entregou o celular ao maior, que mexeu no mesmo depois o devolveu.
-Pronto, o telefone da Tsuki-chan já está na sua agenda telefônica, garanhão! – Nowaki recebeu um soco na cabeça por parte de Yoshinori.
-Isso é para você não ficar falando demais!
-Ai, ai...! – massageou a cabeça – Mitsuki...
-Hum?
-Você tem desse celular com os detalhes em lilás? - apontou para o celular mais caro da loja.
-T-tenho, Nowaki-san, mas ele é o mais caro. – respondeu surpresa.
-Eu pago a vista.
-EH? – exclamou surpresa.
-Ignore, senhorita. – retrucou Yoshinori.
Weeee! Comprei o presente do Chiharu e ainda dei um passeio por outro museu desta vez com Yoshinori-kun! Na verdade ele só me acompanhou até encontrarmos Mitsuki-chan, eu a convidei para comermos nós três juntos; puxei um assunto para que Yoshinori e ela conversassem e, quando a conversa já estava empolgada, usei a desculpa de ir ao banheiro e acabei indo embora do restaurante que fica dentro da loja.
Estava andando por toda aquela imensidão da loja, que era dividida em setores nomeados por letras e, em cada setor, uma especialidade diferente: celulares, vídeo games, jogos, acessórios, manutenção, troca, promoções, etc. Sem perceber acabei parando na parte dos robôs, estava com um saco de batatas chamadas ruffles na mão. Era crocante demais, parecia que eu estava mastigando microdispositivos que ao serem acionados queimariam minha boca e algum maluco com uma arma de plasma apareceria me ameaçando.
Passei olhando as vitrines com vários robôs, alguns ligados, outros desligados ou sendo construídos ao ar livre... Nada de interessante. Olhei para frente e continuei andando tranquilamente até ouvir um latido, parei e olhei para o lado. Nada. Ouvi outro latido, caminhei de costas refazendo o trajeto que havia acabado de caminhar e vi um cão-robô.
-Au!
-...
-Au!
- ...
-Au!
-... – riu.
-Au!
-Ownnnn...!
-Au!
-... – sorriu.
-Au!
-... – deixou de sorrir aos poucos.
-Au!
-Cala boca! – gota.
-...
-...
-...
-Ownnnnnnn...! – tornou a sorrir.
Encostei minhas mãos na vitrine e fiquei olhando para aquele cão-robô que não deveria passar dos 20 cm. Olhei o preço e era praticamente o mesmo preço do celular de Chiharu, a diferença era de dois mil, por ai... Comprei um verde! O vendedor da loja o entregou numa caixa e assim eu já estava ansioso para voltar ao apartamento de Haru-kun e ligar o Midori, meu cachorro verde – Ah, pra quem não sabe, Midori significa verde!
Voltei para o restaurante, Yoshinori-kun e Mitsuki-chan já não estavam mais lá. Olhei para o meu celular e nele uma mensagem havia acabado de chegar, era de Yoshinori-kun, dizia para não espera-lo, pois estava com Mitsuki-chan e não queria que eu atrapalhasse... Eu não atrapalho! Já que estava ansioso para chegar ao apartamento de Chiharu, resolvi pegar um táxi de volta e realmente não esperar Yoshinori-kun.
No caminho para casa recebi uma mensagem. Era de Haru-kun, entretanto continha apenas uma simples frase: “Preciso falar com você”. Nada mais. Estranho. Eram 15h16min, cheguei a casa e deduzi que Chiharu estivesse dentro do quarto, resolvi guardar o presente dele primeiro, depois ligar meu Midori e mostrar para Chiharu. Guardei o presente dele no meu quarto e levei a caixa de Midori para a sala, já imaginando como iria declarar-me para Chiharu no aniversário dele e se aguentaria até lá... Ah, estou ansioso, quero me declarar logo! Uma corrente de ar bateu e assim as cortinas balançaram, chamando minha atenção. Quando olhei para a varanda, vi Chiharu ali apoiado na grade de proteção, coloquei Midori no chão da sala e fui até a porta da varanda.
-Haru-kun, tadaima! – Chiharu não respondeu, apenas permaneceu de costas – Haru-kun?
-Por que você não me contou? – perguntou entre soluços.
-Contei o quê? – Nowaki aproximou-se de Chiharu e percebeu que o mesmo segurava uma carta, cuja cor do papel era cinza com um selo dourado nesta. Era uma carta do governo de XXII. Chiharu leu. – Não acredito que você leu isso...! – tomou a carta das mãos do menor.
-Quando acordei li seu bilhete. De repente sua arma começou a materializar uma carta, como daquela vez. Eu iria guardá-la para quando voltasse, mas na mesma estava escrito que era uma carta do governo mandando você voltar. Resolvi abrir a correspondência e nesta dizia que já era a quarta carta em dois meses devolvida sem resposta e que, depois desta, se você não voltar para o futuro, virão te buscar e você sofrerá um castigo – Chiharu virou-se na direção do maior chorando e com o semblante irritado – Por que você não me contou?!
-Haru-kun, eu não queria que você ficasse assim, eu devolvia as cartas, mas esporadicamente inventava uma desculpa para permanecer aqui e assim eu consegui permanecer mais dois meses.
-Na carta diz que o criminoso que você procurava já foi encontrado há muito tempo e já estava preso, por que você continuou aqui? – Chiharu tomou caminho de seu quarto e Nowaki o seguiu.
-Porque eu não quero ir embora, eu gosto de ficar aqui com você, Yoshinori-kun e agora a Mitsuki-chan! – Chiharu parou na porta de seu quarto e limpou as lágrimas de seus olhos dizendo com desprezo.
-Você não quer é se encontrar com Hisashi de novo! Você aparenta já tê-lo esquecido, mas mesmo assim nunca provou o contrário, Nowaki!
-Não diga besteiras, eu já o esqueci, Chiharu!
-PROVE!
Chiharu virou de costas para mim e entrou em seu quarto, eu não o permiti fechar a porta, coloquei a mão nesta e a abri com facilidade, mas logo a fechei atrás de mim, estava sério. Chiharu fitou-me surpreso, eu o tomei em meus braços e o olhei fixamente nos olhos.
-Eu estava esperando seu aniversário chegar para dizer isso, mas o principal motivo de eu querer ficar aqui... – tocou o rosto do menor – É porque estou apaixonado por você.
-N-nowaki...!
-Eu te amo Chiharu, não quero ficar longe de você é por isso que eu inventei desculpas para que pudesse continuar aqui por mais tempo, perto de você.
-Nowaki! – apertou a camisa do maior, puxando a cabeça do mesmo para a altura da sua. O fitou por alguns instantes, tomando os lábios de Nowaki num intenso beijo, onde Chiharu não continha suas lágrimas – Nowaki... Eu queria ficar feliz ouvindo a frase que tanto esperei que você me dissesse, mas com a notícia de que você vai embora eu não consigo nem ao menos um pequeno sorriso oferecer... – abraçou fortemente o maior, exclamando – Eu não quero que você vá embora, Bunko! – soluçou – Eu te amo, seu idiota, retardado, imbecil...
Não o respondi, cortava-me o coração vê-lo chorar. O beijei, trazendo o corpo dele o mais próximo possível do meu. Chiharu então, que permanecia apertando minha camisa, passou a empurrá-la para cima, na intenção de tirá-la. Separei meus lábios dos dele e assim deixei que retirasse minha roupa. O fitei serenamente enquanto que o mesmo me fitou tristemente.
-Você tem certeza de que quer fazer isso, Chiharu?
-Me chame de Haru-kun, Nowaki, eu gosto de ouvi-lo chamando-me assim...
-Você tem certeza, Haru-kun? – repetiu a pergunta – Não quero que você se force só porque vou embora. Vou entender se você preferir não fazer nada... – acariciou o rosto do menor,
-Não estou me forçando a nada, Nowaki. Eu quero fazer algo além de sexo com você: eu quero fazer amor. Eu quero que você me ame, pois eu te amo, quero que o tempo pare para que eu fique a eternidade com você. Você é o meu primeiro amor, Nowaki, é a primeira pessoa por quem eu me apaixonei e me foi de verdade, pelo que você é. Eu quero ter esta tarde como lembrança quando você for embora...
-Eu vou fazer de tudo para voltar, Haru-kun... – prometeu o maior conduzindo Chiharu para a cama do mesmo.
-Eu estarei esperando por você, independente de se passarem meses, anos, décadas; eu vou esperar ansioso pelo seu retorno, Nowaki.
Dei um triste sorriso para Chiharu, deitando-o na cama enquanto ele pronunciou a última frase. Após aquilo não houve mais diálogo, não haviam mais palavras para nossas bocas, apenas ações para nossos corpos. Deitei meu corpo sobre o de Chiharu, equilibrando o peso num dos braços, enquanto minha outra mão habilmente retirava a blusa dele, acariciando o delicado corpo do mesmo, do qual ainda existiam alguns resquícios do canivete daquele homem que o atacou.
Envolvi meus braços nas costas dele enquanto que ele envolvia os seus em meu pescoço, apertando meus cabelos, como se estivesse com medo de que eu fosse embora naquele momento. Usei minha mão destra para espalmadamente acariciar o corpo dele, podendo senti-lo estremecer com o toque de minha mão. Com os lábios, tracei um caminho dos dele até seu pescoço, beijando e mordiscando este lentamente. Chiharu gemeu, apertando um de meus ombros, começando a excitar-me. Nossas intimidades estavam pressionadas uma contra a outra, ou seja, quando realmente estivesse excitado ele logo perceberia.
Desci minhas duas mãos pelo corpo dele, indo em direção a sua bermuda, da qual a retirei sem pressa, não queria que nada de errado acontecesse, pois era a primeira vez da pessoa que amo. Ao tirar a bermuda de Chiharu, deixei minha mão canhota ao lado do corpo dele, enquanto minha destra acariciava a intimidade dele sobre a cueca, o excitando. Desci os beijos no pescoço até os mamilos dele, lambendo e mordiscando estes, Chiharu, por vez, gemeu mais explicitamente.
Não me demorei muito naquela região e logo desci por sua barriga chegando ao elástico de sua cueca, cuja qual a retirei, deixando agora Chiharu nu. Pensei em provocá-lo um pouco o estimulando e assim o fiz até deixá-lo realmente excitado. Umideci um de meus dedos e assim o penetrei no intuito de lubrificá-lo e previamente acostumá-lo para o momento em que eu fosse penetrá-lo. Pensei que isso iria deixá-lo mais a vontade, menos envergonhado... Engano meu. No que cessei os estímulos e comecei a tirar minha calça, Chiharu ficou ainda mais vermelho e envergonhado, fazendo-me sorrir. Era bonitinho vê-lo daquele jeito.
Disse a ele que se fosse sentir-se melhor, não precisaria olhar para mim enquanto despia-me, que poderia fechar os olhos ou olhar para outro lugar, mas ele assentiu negativamente, parecendo tomar coragem e assim passou a olhar com menos vergonha. Eu, por vez, retirei minha calça na qual deixava minha cueca mostrando o quão excitado estava em ouvir os gemidos e ver aquela carinha tímida e ruborizada de Chiharu. Desci minha cueca em seguida, fazia isso tudo olhando para as reações de Chiharu. Quando terminei de despir-me, ele ficou olhando-me de cima a baixo. Não sei se ele percebeu, mas mordiscou o lábio inferior enquanto fitava-me.
Posicionei-me entre as pernas dele e tornei a beijá-lo no fim deste pedindo carinhosamente para que ele vira-se de costas para mim, o mesmo fez o que eu havia pedido, escondendo seu rosto envergonhado no travesseiro. Segurei a cintura dele com minhas duas mãos e puxei esta um pouco para cima, deixando o quadril dele ligeiramente arqueado, pedi para que ele se mantivesse assim e, antes de penetrá-lo, rocei meu membro na entrada dele, o mesmo apertou suavemente o lençol e arqueou mais seu quadril, num pedido silencioso para que eu prosseguisse. Segurei sua mão no intuito de transmitir-lhe carinho e segurança e assim comecei a penetrá-lo da forma mais lenta possível, para que ele não sentisse muita dor.
Enquanto eu não podia deitar sobre ele, procurei equilibrar meu peso nos braços para que pudesse alcançar suas costas e pescoço, no intuito de proporcionar-lhe prazer distribuindo beijos e mordiscadas de forma que as mesmas abafassem a dor que ele viria a sentir até acostumar-se. Penetrei facilmente a glande de meu membro; agora a parte mais dolorosa estaria por vir até o penetrar por completo. Conforme eu o adentrava, deixava meu corpo aproximar-se do de Chiharu, que apertava cada vez mais o lençol, tendo expressão de dor. Ele contraiu o quadril, apertando meu membro, o que me fez soltar um baixo gemido.
-Não contraia Haru-kun... – Nowaki controlou sua excitação para não penetrar o menor de uma vez só.
-Nowaki, está doendo...!
-Acalme-se, Haru-kun, relaxe.
Passei sua mão destra entre o corpo e o colchão de Chiharu, tocando o membro dele, do qual passei a estimular na tentativa de proporcionar-lhe prazer. A dor que Chiharu sentia permanecia, mas quando passei a estimulá-lo este passou a suportá-la melhor, o que me incentivou a penetrá-lo um pouco mais, controlando minha tamanha excitação para não penetrá-lo de uma vez e machucá-lo, já que sentia meu membro ser severamente apertado por Chiharu. Já estava quase deitado sobre ele, conseguia encostar minha testa no ombro do mesmo e tinha minha respiração forte e descompassada, como consequência de meu autocontrole, Chiharu percebeu isso e arqueou mais seu quadril, fazendo boa parte de meu membro adentrar de uma vez só ele. Chiharu gemeu de dor, eu de prazer – aquilo foi injusto.
-Porque você fez isso?
-Não precisa controlar sua excitação por ser a minha primeira vez, Nowaki, não quero você controlando-se por minha causa.
-Não seja apressado, bobo, você não pode me forçar desse jeito a entrar em você ou você vai sentir muitas dores depois. Seja paciente, eu estou me segurando agora, mas depois que você acostumar-se não vai precisar se preocupar com meu autocontrole.
Ele não respondeu, apenas deu outro gemido de dor, recuei um pouco, mas ele reclamou, mandando avançar novamente ou ele propositalmente iria desistir. Prossegui. Após alguns minutos – penso terem sido longos para Chiharu – eu já havia o penetrado por completo. Agora faltava ele acostumar-se com meu membro dentro dele e com as estocadas. Esperei um pouco, pouco mesmo, e iniciei lentamente a primeira estocada, ele apertou novamente o lençol gemendo de dor, mas me mandando continuar. Eu continuei a penetrá-lo e a estimulá-lo. Com mais algumas estocadas Chiharu começou a ofegar, desta vez gemendo de prazer. Sorri.
Deitei meu corpo sobre o dele, deixando ambos colados. Apoiei-me por um dos cotovelos – já que eu não deixei de estimulá-lo e de segurar sua mão em nenhum momento –, enquanto o penetrei lentamente, beijando-lhe o pescoço. Chiharu tocou meu braço, puxando este em sinal de que não precisaria mais ser estimulado, agora usava minha mão direita para segurar firmemente a cintura dele.
-N-nowaki... – gemeu – M-mais... Rápido, ahhh... Ma-ais rápido!
Prontamente atendi seu pedido, aumentando a velocidade das penetrações. Ele continuou a pedir que eu fosse mais rápido e aumentei a velocidade até que ele parasse de pedir, ficando no ritmo que mais agradasse a ele e que foi bem rápido até; ao ponto da cama começar a mover-se junto e a meu corpo esfregar-se ao dele, fazendo-o gemer mais.
Aproximei meu rosto do dele e o mesmo virou o seu em minha direção, deixando beija-lo. Chiharu ora apertava, ora aparentava arranhar o colchão, gemendo prazerosamente enquanto arqueava mais seu quadril contra meu membro. Ele então cessou o beijo para avisar-me que já estava quase em seu ápice, já eu procurei acompanhá-lo para que assim ambos pudessem desfrutar do prazer juntos e assim conseguimos.
Chiharu relaxou o corpo aparentando estar extasiado com o prazer que sentia pela primeira vez enquanto que gemia longamente, terminando num suspiro. Já eu acabei ejaculando dentro dele, o mesmo não reclamou, parecia ter gostado. Retirei meu membro de dentro dele, tendo meus sentidos alterados por conta do prazer que os afetavam, cai sobre o corpo de Chiharu, exausto, porém feliz e satisfeito. Rolei para o lado e ele por vez deitou de lado, ficando de frente para mim.
Eu fitei o teto, Chiharu e eu estávamos ofegantes, senti a mão dele sobre meus cabelos depois sobre meu peito, acariciando-me timidamente. Olhei para ele e o mesmo, assim como eu, estava com um sorriso nos lábios. Aproximei-me de Chiharu, passando um de meus braços sobre os ombros dele. Fiquei parcialmente sentado na cama enquanto o deixei deitado sobre meu corpo, puxando o lençol até a altura de nossas cinturas.
-Nowaki... – colocou as mãos na cama, erguendo o corpo.
-Hum?
-Você foi maravilhoso. – beijou o maior, que por vez retribuiu sorrindo. – Eu te amo. – Nowaki assumiu o semblante assustado – O que foi?
-Hã? Nada, não... Esquece...
-Hisashi não dizia que te amava? – Nowaki olhou surpreso – Era isso não é?
-Quase nunca... Como percebeu?
-Você ficou assustado quando disse que te amava bobo.
-Pois é, há muito tempo não escutava um “eu te amo”, tão recíproco. – Chiharu acariciou o rosto do maior.
-Eu te amo, eu te amo, eu te amo... Retardado. – riu.
-Eu também te amo... Velho – pegou a mão do menor e depositou um beijo nesta. – Ah! Comprei um cachorro! – exclamou animado.
-Hã? – surpreso.
-Aguenta ai! – Nowaki enrolou-se no lençol e foi até a sala, pegou a caixa do cão robô e retornou ao quarto do menor.
-Você comprou um cachorro morto, né? Dentro dessa caixa ninguém sobrevive. – Nowaki sentou na cama, ao lado de Chiharu, que por vez desenrolou o lençol da cintura dele, deixando o maior debaixo do lençol que o menor estava coberto.
-Ele é um cão robô... – tirou o robô da caixa e das proteções que ele veio revelando um cachorro verde.
-Você comprou um cão-robô verde? – observou.
-Aham, o nome dele é Midori, significa “verde”!
-Ah, é um cão verde chamado verde... Interessante... – arqueou a sobrancelha, tendo ironia na voz.
-Ele é tão lindo! – o ligou.
-Acho que ele seria lindo se fosse parecido com um cachorro normal, tivesse olhos e pelos! – o robô começou a mover-se lentamente, na cabeça dele ligou-se uma tela para escrever o nome do robô, Nowaki escreveu “Midori” e o mesmo começou a latir.
-Owwnnnn! – abraçou o cão.
-Dá para largar ele? – revirou os olhos.
-Ficou com ciúmes do Midori? – sorriu.
-Eu não!
-Ficou sim... – Nowaki colocou o cão no chão, que por vez correu para fora do quarto, indo bagunçar os outros cômodos do apartamento – Admita...! – prendeu o menor abaixo de si.
-Me solte, Nowaki!
-Não mesmo, agora que posso ter você comigo, não vou solta-lo tão cedo!
Chiharu ruborizou o que me fez rir. Estava sentindo-me realmente feliz naquele momento ao ponto de nem lembrar-me mais daquelas cartas das quais ordenavam minha volta. Na verdade esqueci todos os problemas, todas as pessoas. Só queria lembrar-me de uma e essa estava na minha frente, presa em meus braços, rindo junto comigo. Era a pessoa que minha vida esse tempo todo necessitou, mas eu não percebi, era Chiharu. Ninguém mais.
Capítulo 11 - Infeliz Aniversário, Chiharu.
Dois dias se passaram desde que Nowaki declarou-se a mim. Hoje era meu aniversário, mas ele não sabia, ou pelo menos eu achava isso. Noite passada quase não dormi, Nowaki pareceu estar insaciável. Acabei acordando 12h45min e ele continuava a dormir agarrado a mim, sorri acariciando o rosto dele, eu amava ficar naqueles fortes braços dele, sentia que nada poderia me atingir estando envolto neles.
Cautelosamente sai dali e levantei da cama, fui ao banheiro, tomei banho e coloquei uma roupa de ficar em casa mesmo, já que não pretendia sair. Quando sai do banheiro, olhei rapidamente para meu quarto e minha cama estava vazia. Na porta tinha um bilhete colado com durex escrito: “Estou no apartamento de Yoshinori-kun! \o. – Nowaki”. Suspirei tristemente, não queria dizer-lhe que era meu aniversário, mas queria ao menos passar o dia com aquele retardado.
Caminhei até a cozinha, pois precisava fazer o almoço, preparando este tranquilamente. Precisei pegar os ingredientes da lasanha que pretendia fazer e, para isso, necessitei abrir o armário de cozinha que ficava em cima da pia, aparafusado na parede. Quando abri uma das portas do mesmo, vi meia rosa branca. Estranhei. “Não guardo rosas brancas em dispensas”, foi o que pensei. Abri a porta ao lado e deparei-me com um belo jarro de pomposas rosas puramente brancas e algumas azuis. Lindo. Peguei o jarro e neste tinha um bilhete entre as rosas dizendo:
“Eu sei que dia é hoje, chame Midori!
Nowaki”
Chamar Midori? Para quê? – perguntei-me. Guardei o bilhete e então chamei pelo robô, que rapidamente saiu do quarto de Nowaki, com uma pequena caixa embrulhada nas costas, enquanto latia chamando minha atenção.
-Já ouvi Midori...
Peguei a pequena caixa que estava sobre o robô e nesta tinha uma pequeno cartão escrito “feliz aniversário”. Ele sabia que era hoje! Abri o embrulho e dentro deste havia uma caixa de um celular que acabou de lançar aqui no Japão. Fiquei boquiaberto. Ele era o mais caro entre todos os celulares. Sentei-me numa das cadeiras da cozinha, colocando a caixa sobre o balcão, abri a mesma e peguei o celular que era preto e tinha alguns belos detalhes em lilás, minha cor preferida.
-Midori! Aonde seu dono foi? Você sabe? – perguntou como se estivesse tentando falar com um bebê – Hein? Hein? – o robô sentou no chão apenas abanando a cauda – Pelo visto você não vai me dizer, não é? – desistiu.
Não creio que ele tenha ido à casa de Yoshinori-san, pois, se ele sabia que dia era hoje, não iria para a casa do vizinho! Resolvi continuar fazendo o almoço enquanto babava no meu novo celular de última geração.
Eram 13h55min, o almoço estava pronto e Nowaki chegou com uma pequena sacola numa mão e algo que parecia ser uma roupa dentro de um plástico preto na outra, que ele carregava nas costas.
-Yo, tadaima! – anunciou-se de forma chamativa.
-Okaeri, Nowaki, o que são essas coisas? – perguntou curioso.
-Se-gre-do! – Chiharu piscou algumas vezes confuso – Então, Midori entregou seu presente?
-Entregou! Nowaki, aquele celular é o mais caro do mercado! Você não precisava gastar tanto comigo! – exclamou surpreso.
-Não gostou? – choramingou.
-Claro que gostei, eu amei, ele só falta andar!
Enquanto eu falava ele dirigia-se até seu quarto com um sorriso nos lábios, parei na porta enquanto ele colocou as coisas sobre a sua cama, permanecendo apenas com a pequena sacola em mãos. Ele empurrou-me para fora do quarto enquanto saía deste junto e fechava a porta atrás de si, empurrando-me até a sala, onde o jarro com as flores que ele me deu estava sobre a mesa de centro. Nowaki sorriu ao vê-las ali, colocando a sacola sobre a mesa.
-Gostou das rosas? – sentou-se no sofá fazendo o menor sentar em seu colo.
-Amei Nowaki, queria saber de onde você tira essas lindas rosas! – pegou uma azul – Acho que por sua causa eu passei a amar as rosas, sempre me lembro de você quando vejo uma. Mas as suas são tão grandes e belas quanto as que estou acostumado a ver! – todas elas tinham espinhos, mas Chiharu não percebeu, segurando o caule da rosa com as duas mãos, ao sentir os espinhos perfurarem a pele, ele a deixou cair sobre o colo, emitindo um baixo ruído de dor.
-Chiharu, ouça: as rosas não foram feitas para serem amadas... – acomodou o menor em seu peito, fitando o rosto confuso do mesmo, enquanto que Nowaki pegou as mãos de Chiharu, usando a ponta da língua para limpar as gotículas de sangue que dali saíam, fazendo o dono do mesmo ruborizar –... Seus espinhos não permitem que alguém chegue perto delas sem ferir-se, as rosas não foram feitas para serem amadas. As rosas foram feitas apenas para serem admiradas por tamanha sua formosura e beleza, nada mais. – Nowaki pegou a rosa do colo de Chiharu e usou a mesma para acariciar o rosto do menor, que se encolheu no colo do primeiro.
-Mas Nowaki... – ruborizou – É só arrancar-lhe os espinhos que elas poderão ser tocadas, poderão ser amadas...
-Você acha que estaria apto a receber amor de uma pessoa que o feriu, rebaixou e retirou sua defesa, seu motivo de tanta admiração? – Chiharu calou-se – Não, Chiharu, por isso gosto e admiro tanto as rosas, busco sempre as mais belas e radiantes, iguais a você.
Não sabia como meu rosto estava, mas provavelmente saía fumaça de tamanho meu rubor. Nowaki poderia ser o mais retardado deste mundo, mas sabia exatamente como tratar-me e, às vezes – só às vezes –, dizia-me coisas muito bonitas e profundas como aquela. Após o ouvi-lo concluir seu pensamento, suspirei apaixonadamente, sorrindo, ele percebeu. Peguei a rosa, que até então ele usava para acariciar meu rosto, e a devolvi ao jarro, levantando-me em seguida.
-Vamos almoçar? – sorriu.
-Claro! Estou morrendo de fome! – exclamou animado.
Almoçamos enquanto assistíamos TV, Nowaki repetiu o prato umas três vezes, ele sempre comeu muito e elogiou minha comida, o que me inspirava a cozinhar cada vez mais só para ele. Já eram 17h41min, eu estava deitado no sofá e ele sentado no chão, usando o sofá que eu estava de apoio para as costas enquanto recebia carícias em seus cabelos por minha parte. Nowaki pegou a pequena sacola que havia deixado sobre a mesa de centro, deixando Midori sobre seu colo, eu apenas olhava curioso para saber o que era aquilo. Ele colocou a mão dentro do saco e retirou um pequeno chapéu de mexicano.
-É impressão minha ou você comprou isso para Midori? – revirou os olhos.
-O que foi? A série dele tem vários acessórios! Eu gostei destes! – Nowaki mostrou dois imãs que simulavam o bigode de mexicano e quatros chinelinhos desses de se ficar em casa.
-Você vai colocar isso mesmo no robô?
-Não o chame assim, ele tem sentimentos!
Nowaki colocou o chapéu, bigode e chinelos em Midori, agora ele era um cão verde, mexicano e que usa chinelos, era o que faltava. Quando pensei que tivesse acabado me enganei, Nowaki colocou um daqueles imãs com números para comprar gás de cozinha, colocou na lateral do robô. Fiquei com pena do mesmo.
Midori então ficou sentado no carpete da sala, vendo TV. Nem sabia que ele podia fazer isso. Nowaki por vez encostou a cabeça em meu ombro, espreguiçando-se. Ficamos ali um bom tempo, apenas trocando inocentes carícias, nesses dias eu pensei em provocá-lo, como Hisashi vivia fazendo com ele, o mesmo aparentava gostar, mas fiquei com medo quando lembrei que ele havia contado para Mitsuki e eu quando exagerou com Hisashi, o machucando. Não sei como e até onde a perversão de Nowaki vai, prefiro não provocá-lo por enquanto... Já eram 19h00min, Nowaki levantou-se e mandou arrumar-me, estranhei.
-Para onde quer ir? – Chiharu perguntou curioso.
-Marquei um jantar para nós dois num restaurante chamado Seed Moon. – Chiharu espantou-se.
-N-nowaki, esse restaurante é um dos mais chiques e caros da cidade, lá só se entra a caráter!
-Eu sei, eu sei... Vá à minha cama, lá tem um terno que comprei para você.
-Nowaki, você não acha que já gastou demais comigo?
-Não.
-Ah... – gota.
-Vá logo se arrumar! Nossas reservas estão marcadas para as 20h30min!
-E você só me avisa isso agora?!
Levantei-me rapidamente e fui até o quarto dele, abrindo o outro embrulho que ele trouxe mais cedo. Era um lindo terno, preto, novo e impecável. O dele estava pendurado do lado de fora do armário, era parecido com o meu. Levei o terno até meu quarto depois fui tomar banho. Nowaki estava com Midori nos braços e pretendia acompanhar-me no banho, porém a campainha tocou. Pequeno detalhe: ele foi atender a porta com o Midori mexicano nos braços! Eram Mitsuki e Yoshinori-san na porta.
-No... – Mitsuki olhou para Midori mexicano –... waki...-san?
-Hum? – acompanhou o olhar de Mitsuki – Ah! Esse é o Midori! – sorriu.
-Ah, muito criativo você chamar seu cão robô verde de VERDE! – respondeu Yoshinori – E ainda coloca-lo na versão mexicana com imã de gás de cozinha na lateral!
-Só Nowaki-san mesmo – riu Mitsuki.
-Chiharu-kun está em casa? – perguntou Yoshinori.
-Aham, mas está tomando banho.
-Vai levá-lo ao restaurante que te falei? – perguntou Mitsuki.
-Vou, está marcado para 20h30min. Não querem entrar e esperar Haru-kun terminar de tomar banho?
-Não, não... Vamos acabar atrapalhando... – provocou Yoshinori.
-Yoshinori-kun! – Mitsuki ficou vermelha.
-Mas então, vocês estão mesmo namorando? – Nowaki sorriu.
-Sim, estamos – respondeu Yoshinori enquanto Mitsuki tinha um tímido sorriso nos lábios.
-Owwwn...!
-E você e Chiharu? – perguntou Mitsuki.
-Não sei... – coçou a cabeça desconcertado.
-Como não sabe? – indagou Yoshinori.
-Eu me declarei para ele, mas não o pedi em namoro!
-Aproveite a oportunidade agora, Nowaki-san! – exclamou Mitsuki.
-Boa idéia! – Nowaki animou-se.
-Bem, agora vamos indo, diga para Chiharu que amanhã passamos aqui para desejar feliz aniversário. Pode entregar estes presentes para ele, por favor? – perguntou Mitsuki.
-Claro Tsuki-chan! Que tal almoçarmos todos nós juntos amanhã?
-Me parece bom – respondeu Yoshinori.
-Estaremos aqui as 11h00min sem falta! – completou Mitsuki.
-Ok, até! – despediu-se.
Nowaki fechou a porta, colocou Midori no chão e os presentes sobre o balcão da cozinha e em seguida correu para o banheiro. Eu por vez estava tirando o shampoo da cabeça e, de repente, senti duas mãos quentes envolverem meu corpo. Sorri. Era Nowaki.
-Eu ia pedir para me esperar, mas Tsuki-chan e Yoshinori-kun apareceram aqui para lhe desejar feliz aniversário e disseram que estarão aqui as 11h00min para almoçarmos juntos...
-Vai ser divertido... – Chiharu sorriu enquanto Nowaki lentamente beijava o pescoço do menor.
-Nowaki... – o chamou envergonhado.
-Hum?
-E-eu posso dar banho em você? – Nowaki sorriu respondendo positivamente.
Retiro o que disse mais cedo de não querer provocá-lo, pois estava com medo. Naquele momento eu queria provocá-lo, queria vê-lo loucamente excitado por mim. Depois desse pensamento passei a compreender melhor o porquê Hisashi o provocava tanto. Comecei a ensaboar o belo corpo de Nowaki, na verdade mais o alisando do que ensaboando, ele percebeu e sorriu. Ensaboei as costas dele, na verdade as arranhei enquanto mordi o pescoço de Nowaki, o mesmo colocou a mão sobre a minha cabeça, fechando os olhos.
Olhei rapidamente para baixo e pude ver que ele estava começando a ficar excitado, sorri. De propósito, deixei o sabonete cair atrás dele, o mesmo abriu os olhos vendo meu sorriso devasso. Agachei-me fingindo pegar o sabonete quando na verdade estava de frente para o membro enrijecido de Nowaki, mordisquei meu lábio. O encostei na parede e timidamente lambi a intimidade ele. Ele tornou a fechar os olhos, aproveitei para colocar todo o membro dele dentro de minha boca, de forma que esta apertasse Nowaki, que por vez colocou a mão sobre minha cabeça, dando um grave gemido. Ele quase não gemia, ao contrário de mim que parecia uma mulherzinha sob efeito de êxtase, mas os gemidos de Nowaki eram graves, eram gemidos de homem, o que me faziam estremecer e ficar excitado.
Eu fortemente o estimulava com meus lábios e mãos, enquanto que ele puxava de forma delicada minha cabeça contra o membro dele. Em um momento eu cessei os estímulos e chamei a atenção dele, o mesmo olhou-me, aproveitei para esfregar o membro pulsante dele em meu rosto e lábios, o lambendo e chupando; explícita e prazerosamente enquanto que eu mantinha um pervertido sorriso nos lábios, dando curtos gemidos ao esfregar a intimidade de Nowaki em meu rosto.
Minha timidez de antes pareceu sumir num simples piscar de olhos. O pênis dele já estava num nível de excitação extrema, onde o mesmo cresceu e engrossou mais que o seu normal, ao notar aquilo me assustei. Desta vez Nowaki não caberia dentro de mim, se das outras vezes por pouco não cabia já que Nowaki era, digamos que “bem avantajado”, agora que o via deveras excitado não queria nem imaginar. Nowaki me pediu para parar antes que ele chegasse ao seu ápice, ordenando para que eu levantasse e prontamente o obedeci. Ele estava excitado demais, procurava tratar-me com gentileza, mas sua excitação o impedia. No momento eu não queria aquela delicadeza.
Nowaki jogou-me de frente para a fria parede, me prensando com seu corpo, que por vez estava quente e me fez arquear o quadril e gemer. Ele segurou minha cintura enquanto podia sentir seu membro esfregar-se no local onde iria entrar. Nowaki penetrou-me com mais ânsia e menos delicadeza do que das outras vezes, enquanto seu membro entrava, ele estimulava-me, mas desta vez doía mais do que das outras.
-N-nowaki! – cerrou os punhos na parede – V-você está muito grande, m-muito grosso... Não vai caber...! – gemeu de dor.
-Você não deveria ter me provocado tanto, Haru-kun... – o segurou pelas coxas, erguendo-o e terminando de penetrar o resto de seu membro de uma vez, o que fez o menor quase gritar de dor – Agora não consigo controlar-me... – completou sorrindo luxuriosamente enquanto que fortemente alisava as coxas do menor.
-E-eu não quero que você se controle! – Nowaki deu início às brutas e fortes estocadas no menor que chegaram a arrancar-lhe um pouco de sangue naquela região – Ahhh...! Eu quero... Eu quero... Que você... P-perca o controle, Nowaki! Ahhhh!
Nowaki penetrou-me brutalmente enquanto me mantinha fora do chão, fazendo meu corpo esfregar-se no dele e na parede do banheiro. Ele segurava-me pelas coxas, alisando as mesmas com certo gosto, fora ali que pude perceber que Nowaki tinha certa tara por coxas. Não demoramos muito devido a vontade em que estávamos de chegar ao nosso ápice. Nowaki tirou seu membro antes de ejacular, iria pedir para que ele fizesse isso dentro de mim, já que me era agradável à sensação do esperma invadindo-me, mas não queria tornar a sentir aquela imensa dor de quando ele penetrou-me. Ele permaneceu segurando-me, desta vez me girou de modo que agora eu ficasse de frente para ele. Ambos sorríamos e não pude deixar de perguntar.
-Nowaki, você tem alguma queda por coxas?
-Você percebeu? – riu.
-Impossível não perceber suas mãos espalmadas sobre minhas coxas, apertando e alisando as mesmas... – beijou o maior – Nowaki, elas são do jeito que você gosta?
-Até mais. São grossas, macias, quentes... – respondeu enquanto alisava as coxas do menor, que estavam envoltas em sua cintura.
Bem, agora eu já sabia de uma das taras de Nowaki, isso me ajudaria caso eu quisesse provoca-lo de novo. O tempo passou e esquecemo-nos do jantar que tínhamos. Não fazia a menor ideia de que horas eram. Resolvi alertá-lo.
-Nowaki! Melhor nos arrumarmos logo, já devemos estar em cima da hora! – desceu do colo do maior, desligando o chuveiro – Vamos, Nowaki! Deixe de ser preguiçoso. Saia daí! – o maior o puxou pela cintura, prendendo-o em seus braços – Ah! Solte-me, seu insaciável!
-Ahn, Haru-kun... Só mais um pouquinho, fique quieto...! – insistiu com voz manhosa.
Aquela voz manhosa dele perto de meu ouvido me fez suspirar e arrepiar-me todo, mas tive força suficiente para me livrar daquela tentação. Peguei meu roupão e corri para o quarto, trancando a porta por via das dúvidas. Olhei o relógio da cabeceira e neste marcavam 20h10min. CÉUS! Iríamos chegar atrasados, odeio chegar atrasado! Arrumei-me rápido e sai do quarto impecável, porém sentindo a dor da brutal penetração de Nowaki, era algo excitante de se fazer na hora, porém muito doloroso depois que se acaba o efeito do orgasmo... Eram 20h20min e Nowaki ainda não havia saído do quarto, bati na porta do mesmo e ele saiu. Estava com cara de sono, mas, com seus cabelos jogados para trás, parecia mais estar sério, daquele tipo de pessoa que nunca sorri. Achei sexy.
-Vamos logo antes que acabemos chegando mais atrasados ainda!
Ele concordou e assim nós saímos apressados, pegando o primeiro táxi que passou na rua. Nowaki entrou primeiro, já eu entrei um pouco hesitante, pois sabia que não estava em condições de sentar-me naquele momento. Quando fiz isso pude sentir uma lágrima solitária descer de um de meus olhos. Nowaki deu o endereço ao taxista e logo em seguida puxou-me para perto dele, me posicionando de uma forma que eu não sentiria dor estando sentado naquela posição, porém eu não poderia fazer isso no restaurante, já que aquela posição notoriamente me inclinava para um dos lados. Durante o caminho começou a chover.
-Não tive tempo de dizer, mas você ficou muito bem neste terno, Haru-kun.
-Você também, Nowaki. Parece até uma pessoa normal!
-Obrigado... ? – Chiharu riu.
Definitivamente ele estava sexy e atraente naquele terno, o que me incomodou já que iríamos a um restaurante e, mesmo que aquele retardado não percebesse, ele seria alvo de olhares luxuriosos, olhares esses que só EU poderia ter! Chegamos ao restaurante às 20h45min, um pouco atrasados, mas ao menos chegamos. Ao entrarmos, o restaurante estava cheio, apenas com pessoas vestidas em trajes dos quais julgaria não serem abaixo de 2 mil e ainda fui amigável com o preço... O garçom nos levou até a mesa reservada e, no trajeto, pude perceber alguns olhares sobre Nowaki e eu, acho que as pessoas estavam estranhando por dois homens jantarem à noite e sozinhos. Senti-me incomodado com aqueles olhares, mas preferi tentar ignorar.
Ao chegarmos à mesa que Nowaki escolheu e reservou, percebi que esta ficava ao lado da janela, da qual dava para ver um belo jardim que fazia parte do restaurante e a rua deserta como plano de fundo. A mesa era iluminada apenas por duas velas que estavam dentro de uma cúpula de cor vinho, fazendo a iluminação ser da mesma cor da cúpula. O garçom nos deixou naquela mesa, dizendo que os cardápios já estavam sobre a respectiva e que, quando decidíssemos, ele voltaria. Ainda estávamos de pé, Nowaki pegou minha cadeira e trocou por uma acolchoada que estava ao lado – a minha não era – esperou eu sentar depois empurrou a cadeira para próxima a mesa, que cavalheiro!
Pouco tempo depois estávamos sentados um de frente para o outro jantando, Nowaki ainda não percebeu, mas as pessoas daquele local estavam nos observando estranhamente. Ele comportava-se formalmente naquele ambiente, não tinha conhecimento de que Nowaki sabia ser tão educado nessas ocasiões, aristocrático até. Terminamos de comer e pedimos a sobremesa, o garçom retirou os pratos e foi buscar o que pedimos.
-Haru-kun. – o chamou olhando para algumas mesas.
-Hum?
-É impressão minha, ou as pessoas dessa época observam as pessoas comerem? – cochichou.
-Não é nada disso Nowaki, as pessoas estão olhando desconfiadas para nós, não para como comemos!
-Desconfiados por quê? Não temos nada a esconder!
-Porque eles estão desconfiando que nós não sejamos amigos, que sejamos outra coisa, entende?
-Mas nós somos outra coisa!
-Somos?
-Somos namorados!
-Somos? – Chiharu perguntou sorridente.
-Somos, né? – perguntou hesitante.
-Somos. – respondeu impaciente.
-Ah, que bom. – sorriu – As pessoas não deviam nos olhar assim só porque somos dois homens, isso é coisa nossa e os outros deveriam manter-se à parte.
-Quem dera que fosse assim, mas tem muita gente que é extremamente contra esses tipos de coisas... – Nowaki esticou o braço direito, tocando a mão esquerda de Chiharu que estavam sobre a mesa e a puxou para o meio desta – Nowaki, as pessoas estão olhando voc... – cortado
-Que olhem, não estou nem ai! – entrelaçou os dedos de sua mão aos de Chiharu – Não quero saber o que eles estão pensando, por mim eu colocaria minha cadeira ao lado da sua e te beijaria várias vezes, mas as normas do restaurante não deixam ninguém fazer isso.
-E se deixassem eu recusaria, tenho vergonha de fazer essas coisas em público! – acariciou a mão do maior.
-Ah claro, mas para fingir pegar sabonetes caídos no chão você não tem, não é Haru-kun? – provocou.
-Nowaki! – ruborizou.
-Haru-kun, há dois dias você era tão tímido e envergonhado quando fazíamos amor, agora está tão saidinho...! – tornou a provocar.
-Cale-se! – apertou a mão do maior.
-Tá bom, parei, parei... – o garçom chegou com as sobremesas e as colocou para os dois. Chiharu pediu um sorvete de taça napolitano que vinha com alguns canudinhos de chocolate fincados no gelado, enquanto que Nowaki pediu bolo de chocolate com recheio de rum. O garçom retirou-se da mesa olhando de soslaio as mãos unidas de Chiharu e Nowaki.
-Viu só? As pessoas olham. É impossível não olharem, Nowaki – observou o garçom ir atender outra mesa.
-Finja que ninguém além de nós dois estamos aqui, certo? – soltou a mão de Chiharu para poder comer a sobremesa – Eu tinha que deixar minha arma em casa logo hoje! – retrucou.
Nowaki não ligava para os olhares, mas eu sim. Aquilo me deixava triste, magoado, mas procurei fazer o mesmo que Nowaki: fingir que só nós dois estávamos ali, mais ninguém. Começamos a comer nossas sobremesas, não percebi, mas depois de um tempo sujei um pouco o canto do lábio com sorvete.
-Haru-kun, sua boca está suja de sorvete. – avisou.
-Ah, obrigado, Nowaki.
Passei a língua lentamente sobre meus lábios, enquanto que Nowaki fitou o que fiz com um pedaço do bolo no garfo que estava parado no meio do caminho. Após limpar o sorvete, meus lábios ficaram rosados e ligeiramente brilhosos por conta da saliva. Aquilo os deixou convidativos para Nowaki, fazendo-me sorrir. Ele recomeçou a comer o bolo, olhando para este enquanto que eu, atiçado pela reação dele, peguei um dos canudos de chocolate e chamei Nowaki, que me olhou e depois engoliu seco ao me ver lambendo o canudinho de chocolate que estava sujo com a parte de creme do napolitano, em seguida mordiscando a ponta do doce, fazendo tudo àquilo lentamente.
Nowaki quase não piscava, como se estivesse com medo de perder alguma coisa, já eu apenas sorria, terminando de comer o canudinho de chocolate. Só o provoquei aquela vez, pois sem querer acabei escutando um comentário sobre nós, o que me desanimou novamente e desta vez Nowaki percebeu.
-Vamos sair daqui? – perguntou Nowaki.
-Vamos para casa, quero passar o resto da noite deitado com você ouvindo o som da chuva.
-Vamos. – Nowaki tocou rapidamente o rosto do menor, chamando o garçom em seguida.
Eu iria rachar a conta do restaurante com ele, mas o mesmo tomou minha carteira e guardou em seu bolso, impedindo-me de ajudar a pagar. Nowaki deixou o dinheiro sobre a mesa junto com a gorjeta e assim nós saímos e pegamos um dos táxis que ficavam estacionados na porta. No caminho de volta para a casa continuava chovendo e esta parecia estar piorando cada vez mais. Eu estava calado, com a cabeça encostada no ombro de Nowaki que por vez afagava meus cabelos, sabendo que eu estava assim por conta daqueles olhares e comentários.
-Acho que não foi uma boa ideia ter te levado para aquele restaurante...
-De jeito nenhum, Nowaki! Eu adorei jantar com você, foi ótimo! O que me incomodou foram os olhares e os comentários, mas isso não tem nada haver com você ou o restaurante, pois, em qualquer lugar, podemos passar por essa situação...
No trajeto para casa conversamos sobre várias coisas, o que serviu para me animar novamente. O táxi nos deixou na porta do apartamento, pedi minha carteira a Nowaki, mas o mesmo recusou-se a entregá-la até que entrássemos no apartamento, assim não haveria como eu gastar meu dinheiro. Subimos as escadas até meu apartamento e, quando parei em frente à porta deste, comecei a buscar as chaves pelos bolsos. Nowaki colocou minha carteira num destes e abraçou-me por trás, mordiscando meu pescoço. Senti um arrepio pelo corpo enquanto que minha face adquiriu um tom rubro.
-Não vai abrir a porta, Haru-kun? – perguntou habilmente desabotoando a camisa do menor com uma das mãos.
-A-ah, estava procurando as chaves... – respondeu envergonhado.
-Haru-kun...
-Hum? – encontrou e colocou a chave na fechadura, rodando esta.
-Feliz aniversário. – sussurrou ao pé do ouvido do menor, que por vez sorriu.
-Nowaki, será que pelo menos pode esperar nós entrarmos no apartamento? – Chiharu abriu a porta do mesmo e, um pouco distante, porém na frente desta, uma mulher estava prostrada ali com o semblante impaciente.
Quem era aquela mulher e como ela conseguiu entrar no meu apartamento?! Eu a olhei num misto de espanto e curiosidade. Ela era alta, ruiva, cabelos ondulados, brilhosos e de aspecto sedosos, seus olhos eram azuis, como os de Nowaki e ela aparentava ser mais velha que o mesmo. Ela estava de braços cruzados, batendo o salto no chão impaciente, trajava uma roupa branca enquanto que em uma de suas mãos havia um chapéu daqueles que os militares usam. Olhando bem, sua roupa também era daquelas que militares usam. Enquanto eu a estudava, a mesma pronunciou-se da mesma forma autoritária que Nowaki anuncia-se quando está irritado.
-Nobuyuki Bunko, que história é essa de você estar burlando as ordens do governo? – arqueou uma das sobrancelhas.
-E-eu? Her... – engoliu seco, Chiharu pode sentir por estar bem próximo dele – Quem te contou isso, mãe? – perguntou tenso.
-MÃE? – perguntou Chiharu surpreso.
-Não me chamem de mãe! Estou no meu horário de trabalho, sou Nobuyuki Sachiko ou simplesmente coronel Sachiko para vocês! – bufou.
-Você puxou o lado autoritário dela...! – Chiharu cochichou para o maior.
-Bunko! – observou os dois abraçados – Você está traindo o pobre Hisashi?! Eu vou contar tudo para ele, não te criei assim! – puxou a orelha do maior, afastando-o de Chiharu.
-Ai, ai, ai! – a seguiu a contragosto – Mãe, eu não estou mais namorando o Hisashi há um bom tempo...! – cortado.
-Não me chame de mãe! – apertou a orelha do maior.
-Coronel, coronel! Agora solte minha orelha! – Sachiko bufou voltando a cruzar os braços.
-Deixe-me ver como você está... SENTIDO! – Nowaki pôs-se em guarda como um militar faz ao seu superior. – Hum, hum... Você cresceu um pouco, nada mais aparente... RELAXAR! – Nowaki soltou o ar de seus pulmões. – Agora vamos ver este menino... – Sachiko examinou Chiharu – Bunko, desde quando você passou a aliciar menores?!
-Eu não estou aliciando menores! Ele está fazendo vinte anos hoje, coronel! – exclamou encabulado.
-Hum... – Sachiko curvou-se, já que era alta como Nowaki, tocando o queixo do menor, sorrindo gentilmente, expressão extremamente contrária e diferente da anterior – Qual o seu nome, meu bem?
-H-her... Chamo-me Chiharu – respondeu um pouco assustado.
-Own, ele é tão fofinho – apertou as bochechas do menor – Cuti, cuti!
-Pare com isso, está me deixando envergonhado! – exclamou Nowaki.
-Fique quieto! – tornou a olhá-lo com a anterior expressão autoritária – Estou aqui em missão, já que você não se dá ao desfrute de cumpri-la, Bunko!
-Qual missão? – perguntou Nowaki.
-Eu vim te levar de volta para casa. – Sachiko adquiriu o semblante sério.
-O QUÊ?! – exclamaram Nowaki e Chiharu em uníssono.
-Lamento Bunko... – sacou e apontou uma arma para a cabeça dele – Mas se você não vier comigo agora... – sacou e apontou outra arma para a cabeça de Chiharu – Um dos dois não sairá com vida daqui.
-Só pode estar brincando, né? – exclamou Chiharu.
-Não, Haru-kun, ela não está. Ela já ameaçou quebrar meu braço e minha perna. Seria bom se naquele dia ela também estivesse brincando.
-Ninguém mandou você não querer ir trabalhar para o governo! – justificou Sachiko.
-M-mas por que ele precisa voltar? Ele não pode continuar aqui?
-De jeito nenhum! – suspirou – Nesse tempo em que ele ficou sem manter contato com sua agência e o governo, amontoaram-se dezenas de tarefas para ele! Se ele não voltar comigo, será caçado por pessoas superiores a mim e vai acabar correndo risco de vida nas mãos deles! Estou fazendo isso para o bem dele e indiretamente para o seu, pois você poderia sair machucado também, querido. – respondeu num tom de voz consolador.
-Haru-kun... – Nowaki olhou desolado para o menor que por vez caminhou na direção dele e o abraçou fortemente – Não fique assim, me corta o coração...
Comecei a soluçar. A mãe de Nowaki olhou-me da mesma forma como Nowaki me olhou. No fundo ela também não queria tirar o filho de onde ele estava gostando de ficar, mas também no fundo aquilo era para o bem dele, eu não gostaria de vê-lo fugindo do governo por minha causa muito menos sofrendo nas mãos de sabe-se lá de quem... O abracei fortemente escondendo meu rosto no terno dele, pois aquele poderia ser o último abraço que eu estaria dando em Nowaki. Levantei a cabeça já com as lágrimas teimando em rolarem de meus olhos, ele tocou meu rosto limpando-as e acariciando minha face.
-Vai... – ordenou com voz rouca.
-Haru...-kun...? – Nowaki surpreendeu-se.
-É melhor você ir com a sua mãe, não quero que você seja caçado por minha causa.
-Mas... – cortado.
-Lembra-se do que você me prometeu? – tocou a mão do maior que estava sobre seu rosto – Que um dia voltaria para mim?
-Claro que lembro...
-Pois então, eu estarei aqui te esperando, ansioso...
-Vamos, Bunko? – perguntou Sachiko enquanto abaixou uma das armas e, com a outra, abriu um portal para levá-los de volta ao futuro.
Nowaki por vez afastou-se aos poucos de mim, mantendo minha mão firmemente segura a dele, naquele momento e, pela primeira vez, pude ver Nowaki chorar e era de tristeza, coisa que ele não se permitiu fazer nem quando Hisashi foi embora. Ele estava realmente triste, aquilo foi como cravar um punhal e rodá-lo dentro de meu coração. A mãe de Nowaki despediu-se e lentamente o puxou para aquele portal. Segurei a mão dele até o último momento que pude, até que ele a soltou e o portal fechou-se, deixando-me sozinho na sala de meu apartamento. Permaneci olhando para frente, na esperança daquele portal novamente aparecer e Nowaki sair desta, mas foi inútil. Cai ajoelhado no chão, chorando como nunca havia chorado na vida. Permaneci ali por um tempo indeterminado, porém longo. Midori correu em minha direção e começou a latir, chamando minha atenção. Quando levantei a cabeça e o fitei, o mesmo estava com uma parte de suas costas aberta, parecendo ser um compartimento secreto. Dentro deste havia uma correntinha e um bilhete. Peguei ambos. A correntinha continha um pingente no formato de uma pequena, porém bela e detalhada chave feita em ouro branco, olhei para a mesma depois peguei o bilhete, nele continham as seguintes palavras:
“Chiharu, certamente quando você estiver lendo este bilhete eu já tenha partido, pois, através de um controle remoto, programei Midori para mostrar-lhe isto quando não estivesse mais ai. Como pode observar, esta correntinha tem o pingente de uma chave, apenas peço para que cuide muito bem dela, pois é a chave de meu coração e só você a tem...”.
Parei por um momento, pois passei a chorar mais ainda enquanto fitei novamente a correntinha, colocando-a em meu pescoço visando nunca tirá-la. Continuei a ler o final do bilhete.
“... não a perca, pois pretendo voltar para buscá-la, nunca se esqueça disto. Quando sentir minha falta, quero que olhe para esta pequena chave e lembre-se tanto deste bilhete quanto de mim, pois saiba que, em toda a minha vida, você foi a única pessoa que realmente me amou pelo que sou. Eu te amo e te agradeço por isso.
Bunko.”
Ele assinou com seu nome, não com seu apelido como de costume. Apertei o bilhete contra meu peito sentindo uma forte dor neste. A ficha não queria, mas acabou caindo: mesmo com aquele bilhete, ele poderia esquecer-me como se esqueceu de Hisashi, que tanto amava...
Nowaki foi embora, logo no meu aniversário. Olhei em volta e o apartamento estava vazio e silencioso. Ele realmente havia ido embora.
Capítulo 12 - Relembrando o passado.
No dia seguinte não via ânimo para levantar-me da cama. Olhei para o lado em que ele costumava dormir e constatei um vazio nesta, vazio que outrora não me fazia falta, agora era um dos tantos motivos para me fazer sofrer e chorar. Era domingo, não sabia as horas, não queria saber, mas aparentavam passar do 12h00min; as crianças que moravam no apartamento corriam pela calçada gritando algo do tipo “vamos à praça!”; lembrei-me das vezes em que eu ia aquele lugar com ele.
Ouvi Midori latir ao pé da cama, me sentei nesta e o vi abanando a cauda. Peguei ele no colo e fiz o mesmo deitar ao meu lado, abraçando-o fortemente. Era fato que ele não tinha sentimentos nem ao menos entendia o que estava acontecendo, era um robô. Mas aquele cão-robô foi comprado por ele no dia em que se declarou a mim, sabia que eu havia descoberto sobre sua partida e, ainda no mesmo dia, eu tive a primeira noite de amor da minha vida... Tudo com ele.
Lembrei-me da estranha noite em que nos encontramos. Eu estava desempregado, praticamente com a carteira vazia e o dinheiro que continha nesta servia-me apenas para comprar um simples lanche. De repente ele sai do meu lanche nu, com uma arma de plasma apontada para minha cabeça. Naquela hora eu pensei: “Isso é uma pegadinha?”. Não era.
Já perdi a conta de quantas vezes aquele retardado apontou-me sua arma de plasma, me ameaçando sobre coisas banais, como se aquela arma servisse para intimidar-me, tolo. Logo no primeiro mês em que ele passou a morar comigo, um teve que conviver com o jeito do outro de uma forma brusca e forçada, já que eu não o deixaria na rua. Nossa convivência era intensa, ele vivia irritando-me e eu vivia chamando-o de retardado irritante.
Na época ele namorava Hisashi, eu não percebi, mas agora entendo: eu o tratava daquele jeito no começo porque sentia ciúmes de Hisashi. Ciúmes e raiva. Mas só agora, refletindo sobre todo esse tempo, pude notar isso.
Lembrei-me do dia em que ele foi para a casa de Yoshinori-san e não me avisou. Naquele momento eu comecei a suspeitar sobre meus reais sentimentos, dos quais confundia e teimava em aceitar serem apenas de amizade, já que ele era comprometido. Não comentei nada a respeito com aquele retardado sobre Yoshinori-san ter se declarado a mim. Mais tarde tive uma conversa com meu vizinho e o mesmo decidiu não insistir mais no sentimento que ele nutria em meu respeito... Fiquei feliz por ele em saber que estava namorando Mitsuki e que eles se amavam. Ambos haviam combinado um almoço hoje, mas acordei cedo para cancelar e lhes avisar o motivo para tal, ambos disseram que iriam me visitar, entretanto pedi para que ficasse para outro dia, no momento o que eu mais queria era ficar trancado em casa sozinho, para amanhã poder pensar em sair para minhas obrigações...
Tirei este dia para lembrar-me das coisas mais marcantes que aconteceram o envolvendo nesses quatro meses, pouco tempo, porém uma eternidade para mim. Principalmente n o dia em que eu voltei da biblioteca e o encontrei beijando Hisashi, que até então eu não sabia ser o namorado dele, muito menos o nome do mesmo. Aquela cena doeu-me muito de ver, queria fechar a porta e abrir de novo na esperança de ter visto apenas uma peça que meus olhos pregaram em mim, mas não era. Hisashi ficou aqui por uma semana como havia falado. Não que ele quisesse, mas porque eu o desmascarei na frente da única pessoa que ele enganava.
Eu sabia que Hisashi pretendia ficar muito mais de uma semana aqui em meu apartamento, a presença dele me incomodou e passou-me a ser depressiva depois que ele revelou-se a mim sem nenhum motivo aparente... Acho que ele havia feito aquilo no intuito de me deixar deprimido enquanto que não perdia uma oportunidade de jogar na minha cara tudo o que fazia com ele e que o tinha a sua mercê quando e o quanto quisesse.
Depois que o desmascarei passei por um período de “recolhimento dos cacos”, onde eu voltei-me apenas para a tristeza e a depressão dele. Tal aproximação entre nós o fez ficar com seus sentimentos confusos... Quando ele beijou-me pela primeira vez, senti-me como um brinquedo do qual estava sendo usado para curar as feridas causadas por outra pessoa. Resolvi afastar-me, aquele beijo abalou-me muito e só me fez provar algo que eu já tinha mais do que certeza dentro de mim: minha paixão por ele.
Remexi-me na cama, Midori estava apenas deitado neste com sua cabeça abaixada, eu o abracei chorando incessantemente, recordando-me agora do dia em que eu fui atacado. Naquele dia eu ansiei mais do que tudo em minha vida vê-lo. Gritava, pela primeira vez, seu nome – nem quando nos apresentamos eu o chamei assim, era sempre por seu apelido, eu achava que condizia mais por tamanho os estragos que fazia em meu apartamento.
Gritava a plenos pulmões seu nome, mesmo sendo inútil, nunca iria escutar-me... Enojou-me sentir aqueles ásperos e brutos lábios, diferente dos quentes e macios dele, tocarem-me deliberadamente, causando marcas por todo o meu corpo, eu já estava agoniado, com o medo a consumir-me até que ele apareceu e, quase que instantaneamente, todo o meu medo havia fugido, dando lugar ao alívio e a comoção. Quando voltei para meu apartamento estava certo de que ele era a única pessoa que me salvaria de todos os males, de todos os medos, que só nele eu veria uma luz, um álibi, para continuar seguindo com minhas obrigações... Na verdade não precisava daquilo, pois ele havia deixado-me uma gigantesca quantia em dinheiro dizendo que eu poderia desfruta-la como bem entender, mas não queria aquilo, eu não queria o dinheiro, eu queria ele.
-Idiota... – sussurrou tocando o travesseiro que o maior usou para dormir ao seu lado.
Por último lembrei-me das nossas duas únicas noites em claro onde fazíamos amor a noite toda depois conversávamos, ríamos e nos beijávamos... O beijo quente e intenso dele. Deslizei minha mão pelo travesseiro e toquei meus lábios, recordando-me das vezes e formas que ele os tocou, cada uma era diferente, mas todas eram intensas e apaixonadas, aquilo me fazia entregar-me de corpo e alma aqueles fortes braços, aquele belo corpo, aquele atraente rosto, a ele. Suspirei recordando das mãos espalmadas dele que me alisavam luxuriosamente até noite passada, apertando-me, acariciando-me, passeando suas grandes e quentes mãos pelo meu corpo enquanto que seus lábios marcavam superficialmente meu pescoço, fazendo quase que o mesmo caminho de seus membros superiores. Do quão carinhoso ele ficava quando estávamos deitados, já estava acostumando-me e gostando do fato de pegar no sono o sentindo afagar meus cabelos, beijar meu pescoço ou simplesmente deixar-me aninhado em seus braços. Mesmo em tão pouco tempo sentia-me dele, somente dele, de ninguém mais. Minhas pernas vacilavam no que ele me abraçava e beijava. Eu sempre suspirava inconscientemente enquanto esboçava um tímido sorriso quando isso acontecia.
Meu domingo passou assim, recordando-me dos meus últimos quatro meses, ansiando pelo seu retorno, que o mesmo não demorasse, que não me esquecesse... Acabei sorrindo tristemente lembrando-me das palavras que ele mais de uma vez me falou: “Você é muito inseguro, Haru-kun!”; e depois sorria para mim, me abraçando. Realmente eu era inseguro, só de pensar no fato dele poder um belo – e triste – dia sumir e nunca mais voltar já me era motivo de depressão e muita tristeza, era algo que me assombrava e assim concretizou-se. Ele não estava mais ali ao meu lado na cama...
Tudo naquele apartamento incrível e incessantemente me fazia lembra-lo, parecia mais que aquele apartamento fosse dele, não meu. Levantei da cama, a mesma permanecia com o cheiro dele, cheiro de rosas, que até noite passada fizera-me seu, somente seu, aqui, nestes mesmos lençóis dos quais eu pretendia trocar logo na manhã do dia anterior, mas ele não deixou. Agora, não queria tirá-los dali de maneira alguma, tinha medo de lavar e o cheiro esvair-se entre a água e o sabão. Corri a mão pelo lençol da cama enquanto que Midori permaneceu deitado ali, quieto, parado, como se também estivesse a lamentar pela partida de seu dono. Caminhei para fora do quarto em direção à varanda, no intuito de buscar um pouco de ar puro. Na varanda ao lado, não a de Yoshinori-san, mas sim a do outro vizinho; pude escutar a música que o rapaz escutava naquele momento.
Nobody wants to be lonely
(Ninguém quer ficar só)
Nobody wants to cry
(Ninguém quer chorar)
My body's longing to hold you
(Meu corpo está desejando ardentemente ter você)
So bad it hurts inside
(Tão mal que machuca dentro)
Time is precious and it's slipping away
(O tempo é precioso e está desaparecendo)
And I've been waiting for you all of my life
(E tenho esperado por você toda a minha vida)
Nobody wants to be lonely
(Ninguém quer ficar só)
So why, why don't you let me love you?
(Então, por quê? Por que não me deixa amá-lo?).
-Era só o que me faltava. Até as músicas parecem forçar meu pensamento a direcionar-se a ele – riu tristemente afastando-se da varanda, podendo escutar outro conjunto de versos daquela música.
I wanna feel you need me
(Eu quero sentir que você precisa de mim)
Just like the air your breathing
(Exatamente como o ar que você está respirando)
I need you here in my life
(Eu preciso de você aqui na minha vida)
Don't walk away, don't walk away
(Não vá embora, não vá embora).
Deixei a varanda e dirigi-me até o banheiro, ao fechar a porta desta aquela música não pudera ultrapassá-la. Olhei para o chuveiro, logo me bateu a mente às vezes em que tomamos banho juntos, resolvi tomar banho de banheira já que nunca havíamos feito isso e me ajudaria a não tê-lo tão vivo em minha mente já que tudo conspirava a favor disso.
Meu dia passou nostálgico e melancólico, onde eu apenas refletia e lembrava-me de nossos diversos momentos... O tempo iria passar, mas a ferida por tê-lo longe de mim não iria cicatrizar...
-Você faz falta... – sussurrou para si mesmo.
Assim os dias passaram-se, todos estes se transformando em semanas, várias semanas; em meses, vários meses e nestes se formaram anos; três para ser mais exato e ele ainda não havia retornado. Aquilo só confirmava minha cruel ideia dele ter me esquecido. Eu já estava com 23 anos, no último ano de minha faculdade e iria me formar em uma ou duas semanas no máximo. Queria que ele estivesse aqui...
Nesses três anos procurei manter-me o mesmo em questão de aparência, mas não resisti deixar o cabelo crescer um pouco, que antes os mesmos não passavam de minhas orelhas, agora alcançava meus ombros, mas mesmo assim não aparentavam serem compridos devido ao corte. Não cresci muito, se com 19 anos eu apenas tinha 1,63cm; agora com 23 tinha 1,67cm; pouca coisa. Mitsuki e Yoshinori-san permaneciam namorando e estes procuravam sempre manter o frescor de um relacionamento recém-formado. Yoshinori-san até pediu Mitsuki em casamento e a mesma aceitou, no momento estavam noivos, pois Mitsuki só iria casar após formar-se por ordem de meu vizinho, sempre responsável.
Mesmo passados três anos eu continuava a sentir a já costumeira pontada no coração ao entrar em meu apartamento e constatar o mesmo vazio e silencioso, sem a extravagante e espaçosa presença dele. Já estava perdendo as esperanças, eu realmente era muito inseguro...
Com o dia de minha formatura chegando – uma tradicional festa onde os formandos vestem roupas tradicionais jogam seus chapéus para o alto no fim, etc. –, eu procurava ocupar-me com os preparativos e a roupa que usaria no grande dia em que me formaria em engenharia. Já estava de ferias, Mitsuki e Yoshinori reuniam-se em meu apartamento para ajudarmo-nos nos preparativos das roupas e afins, depois ficávamos conversando o resto da tarde, não era nada de importante, apenas para passar o tempo e fazer-me companhia.
Eram ótimos amigos, que continuaram a me animar e incentivar incessantemente mesmo depois de três anos. Pensei até em me mudar para que nada daquilo me fizesse lembra-lo, mas ao mesmo tempo tinha receio dele voltar e não me encontrar mais aqui. Fiquei nesse impasse. A semana passou-se rápido, eu já estava de férias e o tempo em si parecia passar rápido quando se ocupava apenas com seu emprego de meio expediente. Era o mesmo, porém eu havia sido promovido há dois anos, minha carga horária aumentou em pouco mais de uma hora, pouca coisa; da mesma forma meu salário também aumentou. Uma semana depois chegou o grande dia de minha formatura.
-Ansioso Haru-kun? – perguntou Mitsuki sorridente.
-Já me imagino trabalhando num escritório, sendo um engenheiro famoso e reconhecido, tendo empregados... ! – cortado.
-Não sonhe tão alto, Chiharu-kun – brincou Yoshinori – você ainda nem se formou!
-Mas já estou vestindo minha roupa de formatura! – respondeu Chiharu enquanto que os três estavam em frente à porta do local onde seria realizada a formatura – Vamos entrar logo antes que encha e fique difícil achar um lugar!
-Seus pais não puderam vir Haru-kun? – perguntou Mitsuki.
-Não Tsuki-chan, tanto o meu quanto o dinheiro deles não daria para pagar as passagens de apenas um ou dois dias, seria muito caro para ambos...
-Entendo... – respondeu Mitsuki olhando tristemente para o namorado que por vez retribuiu o mesmo olhar.
Naquela formatura apenas meus amigos estavam a me ver, nenhum parente, nem ele por perto... A cerimônia começou e os formandos estavam sentados nas primeiras fileiras próximas ao palco onde o diretor dava seu discurso de despedida aos formandos. Mitsuki e eu estávamos sentados logo na primeira fileira enquanto que Yoshinori-san conseguiu sentar-se relativamente próximo aos formandos, apenas observando como a cerimônia desenvolvia-se. Em um dado momento o diretor terminou seu longo discurso, deixando alguns formandos comovidos, eu não prestei atenção, estava pensando nele de novo, já era algo irremediável para mim.
Após o discurso, uma de minhas professoras assumiu a posição do diretor. A sua frente outro de meus professores arrastou a mesa com rodinhas para frente dela enquanto a mesma anunciou que seria a hora da entrega dos diplomas. Fomos chamados um por um e assim chegou minha vez. Levantei-me, dirigindo-me até aquele palco onde minha professora cumprimentou-me, seguido de meus outros professores e do diretor. Já estava com o diploma em mãos e um pequeno sorriso nos lábios, agradecendo a todos. Quando, descendo o pequeno lance de escadas do palco, olhei para as pessoas e, ao fundo daquele gigantesco salão, vi um homem vestido a caráter no local, estava com um blazer preto e com os braços cruzados, ele era o único ali encostado na parede branca, os demais estavam todos sentados, aquilo me chamou atenção.
Ele estava de cabeça baixa, mas podia-se notar um sorriso em seus grandes lábios, lábios estes que me lembravam muito... Ele? – Assustei-me, meu coração falhou enquanto que eu caminhava lentamente em direção ao local onde estava sentado, chamando a atenção de todos quando na verdade eu queria ir lá embaixo ver aquele rosto que estava escondido, a tonalidade de seus cabelos era igual aos dele, porém não podia ver seus olhos, pois usava um chapéu completando seu traje, que lhe cobria quase todo o rosto por estar com a cabeça abaixada. Sentei ao lado de Mitsuki e esta chamou minha atenção.
-Chiharu! Por que você estava andando naquela velocidade? – perguntou irônica.
-Hã? – fitou por alguns instantes – Mitsuki! Eu o vi!
-Viu quem?
-Ele! Eu o vi! Era ele, eu tenho certeza!
-Onde?
-Lá trás! Ele está escorado na parede de braços cruzados! – Mitsuki olhou para trás, porém não havia ninguém ali escorado na parede.
-Tem certeza, Haru-kun?
-Tenho! – olhou para trás – Cadê ele? Cadê aquele retardado? – Mitsuki riu.
-Acalme-se Haru-kun, você está muito afobado, a parte formal da cerimônia já está quase acabando, quando isso acontecer nós vamos lá onde você disse que o viu e tiramos a dúvida!
-Certo, certo... – respondeu ansioso.
Meu coração parecia querer sair pela boca, batia tão intensamente que podia sentir até meu corpo entoar o mesmo ritmo das batidas. Eu queria levantar e correr até o fundo daquele gigantesco salão, queria saber se aquele homem que estava a pouco encostado na parede era ele mesmo, aquela dúvida me consumia ardentemente.
Ao terminar a entrega dos diplomas, o diretor anunciou que a parte formal da cerimônia havia se encerrado. De imediato fui um dos primeiros – se não fui o primeiro – a levantar e correr até o fundo daquele salão, porém o mesmo já estava mais movimentado, as pessoas haviam se levantado e assim tornou-se mais difícil buscar aquele homem que eu avistei de longe, talvez eu estivesse enganado. Certamente estava enganado. Caminhei até o lado de fora do salão, estava com meu chapéu de formando assim como meu diploma em mãos. Olhei vagamente para a rua que ficava além dos portões daquele local, eu estava de pé na escadaria que naquele momento estava vazia, já que os formandos estavam a comemorar com as pessoas que amam...
-... Amar... Humpf, por que entre tantas pessoas nesse mundo eu fui me apaixonar perdidamente por um homem e ainda por cima um retardado que veio do futuro... ?!
Eu conclui meu pensamento em voz alta e de certa forma irritado, suspirando pesadamente. Fechei os olhos e passei apenas a ouvir o som dos carros na rua e das pessoas dentro do salão. Fiquei assim por um tempo até entre abrir meus olhos e fitar o chão, sentindo-os umedecerem-se, quase que a marejarem.
-Porque você é um velho rabugento... – respondeu uma voz atrás de si.
Arregalei os olhos bruscamente erguendo a cabeça, onde pude sentir algo bater-se contra minha nuca. Virei rapidamente e deparei-me com o homem que estava ao fundo do salão e uma arma apontada na altura de meu nariz, uma arma de... Plasma. Sua voz também me era muito familiar, mas parte de seu rosto permanecia coberto pelo chapéu, podendo-se apenas ver seu largo sorriso. Droga, Chiharu! Que prova maior você quer? Somente ele o chamava de velho e apontava uma arma para sua cabeça incessantemente. Tentei falar, mas minha voz saiu extremamente trêmula e vacilante.
-N-no...wa...ki... – o sorriso do homem a frente de Chiharu aumentou e o mesmo ergueu sua cabeça, revelando seus olhos azul-marinho onde algumas poucas mexas de seu cabelo insistiam em cair sobre seus olhos.
Capítulo 13 - O Fim do começo.
-N-no...wa... ki – chamou vacilante.
-Chiharu. – abaixou a arma e retirou o chapéu utilizando de sua outra mão. – Mudei tanto assim?
-Você continua o mesmo... – levou a mão destra até o rosto, tendo várias lágrimas a rolarem de seus olhos – Bunko...Pensei que você não fosse voltar...
Ainda não acreditava. Era ele mesmo? Ele guardou sua arma e esticou seus braços em minha direção. De imediato subi os poucos degraus que nos separavam e me agarrei a seu blazer, sem importar-me em amassar o mesmo. Se existia alguma dúvida em minha mente de que era ele, Nowaki, esta morreu ali mesmo, quando senti seus braços envolverem-me e o cheiro de rosas invadirem minhas narinas, absoluta e definitivamente era ele! Senti uma de suas mãos tocare meu queixo, eu por vez chorava incessantemente ao ponto de soluçar, ele apenas sorriu gentilmente para mim, tendo o semblante sereno. Nowaki selou seus lábios nos meus, o que me fez chorar mais ainda. Eram os mesmos quentes, grandes e macios lábios de três anos atrás. Nada nele aparentemente havia mudado.
Aquele beijo não se aprofundou, pois meus soluços não deixaram. Quando nossos lábios separaram-se, Nowaki me puxou para mais próximo do corpo dele, afagando meus cabelos.
-Não lembrava que você era tão chorão assim, Haru-kun...
-N-nowaki-san! – exclamou uma voz feminina no topo das escadas, o moreno virou o rosto para o lado, vendo Mitsuki de relance.
-Ah, Tsuki-chan, Yoshinori-kun! – estes fitavam Nowaki surpresos – Eu até iria cumprimenta-los, mas parece que fiquei preso a um certo alguém... – Nowaki brincou, pois Chiharu não o soltou; do contrário, envolveu seus finos braços nas costas do maior, apertando estas enquanto escondia seu rosto no peitoral do mesmo.
-É compreensível... – respondeu Mitsuki sorrindo alegremente.
O que o fez acreditar que eu não voltaria? Bobo, como ele era inseguro... Durante esses longos três anos trabalhei triplicado e em missões de maior risco para ter meus anos de trabalho reduzidos ao máximo até um preço do qual eu poderia pagar já que deixei parte de meu dinheiro com ele. Agora estava oficialmente “aposentado”, digamos assim. Não havia mais nada no futuro que me prendesse. Foi isso que expliquei a Haru-kun enquanto pegávamos um táxi de volta ao apartamento dele quando sua cerimônia de formatura encerrou-se.
-Por que não usou o dinheiro que deixei? – perguntou com a voz ligeiramente irritada.
-Porque eu não o quero, eu quero você, Nowaki!
-Mas eu deixei aquele dinheiro para que você pudesse gastá-lo com suas necessidades, idiota!
-Mas eu já disse que não o quero! – respondeu irritado – Ele está guardado num banco, quero que depois você vá lá e faça o que quiser com ele já que é seu!
-Ele é nosso, deixe de ser cabeça dura!
-Deixe de ser irritante! – mostrou a língua.
Ele não tinha jeito mesmo... Passados três longos anos e eu já estava com 28 anos de idade. A única coisa em meu corpo que se diferenciou foi uma cicatriz que adquiri em minhas costas por conta de uma dessas missões de risco, nada mais. O trajeto todo até o apartamento de Chiharu o mesmo não largou meu braço, parecia estar com medo de eu desaparecer repentinamente.
-Haru-kun, você não acha que precisa soltar meu braço para abrir a porta? – indagou sorrindo.
-Abra você – entregou a chave ao maior.
-Não precisa eu ainda tenho a que você me deu. – abriu a porta do apartamento.
-Então porque não abriu se sabia que eu não iria te soltar?
-Você é muito inseguro, Haru-kun... – puxou o menor fortemente pelo braço, prendendo-o com a mesma força entre os seus.
-N-nowaki...? – cortado.
-Você fez falta, Chiharu, muita falta... – comentou tocando a testa de Chiharu com sua própria. – Você é só meu, meu apenas e de mais ninguém...
Ele me puxou fortemente contra seu corpo enquanto dizia aquelas frases com certo tom possessivo. Senti meu corpo arrepiar-se por completo e não pude conter um gemido pela forma como ele falou e apertou-me contra seu corpo. Era tão possessiva que senti minhas pernas fraquejarem com aquilo, ele por vez me segurou e prensou-me contra o balcão da cozinha, que ficava ao lado da porta do apartamento, passando a beijar-me,...
...coisa que eu gostaria de ter feito a princípio, mas ele soluçava demais para conseguir manter perfeitamente um. Durante o beijo eu desabotoei sua camisa, já que ele fez questão de trocar sua roupa de formando antes de irmos embora. Eu despia-lhe com certa afobação, ficar três anos longe da pessoa amada é algo torturante demais para mim. Demorei um pouco para perceber, mas Chiharu recomeçou a chorar, porém não cessou de forma alguma aquele beijo, onde nossas línguas encontravam-se rápida e nervosamente, quando terminei de tirar-lhe a camisa, ele havia contido seu choro, pensei em parar aquele beijo, mas ele me fez prosseguir, levando minha mão canhota até uma de suas coxas. Eu, por vez, a ergui de modo que pudesse facilmente encaixar-me entre suas pernas. Ele então tirou meu blazer de uma vez só, rasgando a costura dos botões de minha camisa em seguida, uma maneira mais rápida de se retirar uma peça de roupa, admito...
...já que eu não queria mais perder nenhum segundo para ser dele novamente, somente dele. Ao retirar sua camisa, joguei a mesma para um canto qualquer, sem interessar-me aonde cairia. Meus pulmões imploravam por ar, mas eu não queria descolar-me dos lábios de Nowaki, entretanto tive que fazer isso a contragosto, ofegando bastante. Ele não esperou recompor-me, apenas investiu contra meu pescoço, o beijando e mordiscando na mesma intensidade da qual beijou-me. Gemi. Nowaki alisava minha coxa sobre a calça com uma de suas mãos enquanto que a outra abria minha peça de roupa, introduzindo habilmente sua grande mão diretamente em minha cueca, da qual ele passou a estimular-me e arrancar suspiros e mais gemidos de meus lábios. Deslizei minhas mãos pelas costas dele, arranhando estas enquanto acomodava minha cabeça em seu pescoço, gemendo em seu ouvido, o que o deixou mais excitado, pois eu podia sentir sua ereção me tocar...
...devido à aproximação de nossos corpos, provavelmente ele percebeu isso. Eu podia sentir as pequenas mãos de Chiharu arranharem minhas costas e assim tocarem o cinto de minha calça. Sua mão canhota deslizou para frente deste e o abriu junto com minha calça, empurrando a peça de roupa para baixo de modo que esta descesse de uma vez. Eu o ergui fazendo-o deitar-se no balcão da cozinha, jogando tudo ali em cima que pudesse nos atrapalhar no chão. Ele acomodou-se timidamente sobre esta enquanto que eu subia também naquele balcão e me posicionava entre suas pernas, puxando sua calça. Sem pudor eu acariciava o corpo dele com minhas mãos espalmadas, percebendo que o rosto do mesmo ruborizou e seu pequeno corpo encolheu-se. Fofo, porém excitante. Retomei a beija-lo de onde havia parado, porém agora deslizando meus lábios até um de seus mamilos, do qual mordisquei e pude ouvir Chiharu gemer mais prazerosamente, tocando meus cabelos; fiz o mesmo em seu outro mamilo enquanto pude sentir sua ereção roçar em meu abdômen.
-Quer ir para o quarto, Haru-kun?
-N-não... No momento o mesmo está... M-muito longe...
Tentava dizer sem gemer ou gaguejar, mas parecia impossível. Nowaki lambia, beijava e mordiscava meus mamilos, aquilo fazia meu corpo estremecer e arrepiar-se por completo. Mas não permaneceu muito tempo somente naqueles estímulos. Nowaki deixou um rastro de saliva pelo meu corpo que terminou no elástico de minha cueca, da qual ele retirou com os dentes, fitando-me maliciosamente. Ruborizei mais do que já estava antes, desta vez mordiscando o lábio inferior o vendo lamber e beijar o interior de minhas coxas enquanto que suas mãos apertavam e acariciavam luxuriosamente as mesmas, fazendo-me gemer o nome dele e a apertar seus cabelos. Meu membro pulsava e eu o queria mais do que tudo naquele momento mas...
...como não estava satisfeito em provocá-lo, resolvi continuar. Ergui os lábios na altura do membro dele e assim o suguei fortemente, fazendo Chiharu arquear o corpo e contorcer-se, gemendo mais ainda e, entre estes, meu nome outra vez. Não pude prosseguir muito tempo com aqueles movimentos, pois Chiharu puxou meu cabelo para cima, afastando-me de sua intimidade bruscamente. Eu o fitei com o semblante contrariado e de um pouco de dor pelo puxão de cabelos, já ele arfava tendo uma fina camada de suor sobre seu corpo, permanecendo com este arqueado.
-N-nowa..ki, pare de me torturar... – pausou –... Eu q-quero você... AGORA!
Exclamei a última palavra mais parecendo uma ordem. Quando abri os olhos, vi Nowaki fitando-me com leve expressão de surpresa na face, coisa momentânea. Em seguida ele retomou seu sorriso malicioso, retirando o que restava de roupas em seu corpo, por vez fitando-me novamente daquela forma luxuriosa. Não demorou muito e ele já estava posicionando-se sobre mim, desta vez mantendo-me de frente para ele, o mesmo segurou fortemente meus quadris, erguendo estes para que seu membro pudesse penetrar-me. Eu por vez envolvi meus braços em seu pescoço acomodando sua cabeça em meu ombro enquanto afaguei seus cabelos, tentando acalmar a afobação dele que ficava imensa quando chegávamos nesta parte, ele sempre tentava se controlar para não penetrar-me de uma vez, era visível em sua face e gestos o quanto ele controlava-se até que eu me acostumasse, sempre sendo gentil. Tendo aquele pensamento eu sorri, em seguida gemendo, pois Nowaki deslizou uma de suas mãos até minhas costas, trazendo-me para mais perto dele enquanto penetrou-me lenta e pacientemente.
-Obrigado, Nowaki... – sussurrou no ouvido do maior.
-Pelo quê...?
-Por ser tão gentil comigo...
Não entendi o porquê dele agradecer-me e dizer que eu era gentil, meus pensamentos naquele momento estavam embaralhados e agitados demais por conta de minha vontade em querer penetrá-lo de uma vez. Controlei-me o máximo que podia até que o penetrei por inteiro, esperando que Chiharu se acostumasse para que depois eu pudesse começar a mover-me, o que não demorou muito...
...ou ele não queria que demorasse. A princípio eu sentia aquela mistura de dor e prazer, mas depois o último predominou após um tempo. Quando Nowaki percebeu isso, ele não hesitou em me puxar de modo que eu ficasse sentado em seu colo, enquanto que ele permanecia ajoelhado sobre o balcão. A penetração tornou-se mais forte e profunda, enquanto que ele estimulava-me da mesma forma como me penetrava. Eu por vez passei a arranhar suas costas incessantemente, podendo escutar ele gemer algumas vezes, gemidos graves, roucos...
...de prazer. Tomei os lábios de Chiharu vorazmente, de forma que parecia estar devorando-o. Ele por vez passou a mover seus quadris no mesmo ritmo de minhas estocadas, movendo-os circularmente, o que fazia meu membro mover-se da mesma forma dentro dele, arrancando mais alguns gemidos meus, coisa que só ele conseguia fazer. Naquele ponto nossas ereções pulsavam e, em pouco tempo, despejavam toda nossa excitação quase que ao mesmo tempo...
...fazendo nossos corpos relaxarem instantaneamente, enquanto nós dois ofegávamos tendo uma fina camada de suor cobrindo ambos os corpos. Repousei minhas mãos em seus ombros enquanto que minha testa fez o mesmo em seu peito, podendo ouvir o coração acelerado de Nowaki. Ergui minha cabeça, selando novamente nossos lábios desta vez num beijo mais calmo e carinhoso e ele retribuiu da mesma forma. No fim deste nos olhamos e trocamos sorrisos.
-Eu te amo, Chiharu. – tocou o rosto do menor que por vez sorriu.
-Eu também te amo Nowaki. – repousou sua mão sobre a dele – Foi meio inusitado fazermos isso na cozinha, não acha?
-Se quiser podemos fazer em mais lugares inusitados da próxima vez – sorriu maliciosamente.
-Nowaki! – exclamou envergonhado.
-O que eu disse demais? – riu.
-Vamos para o quarto?
-Hum, insaciável! – provocou.
-Não é nada disso, pervertido! – ruborizou.
-Ok, ok. Vamos.
Nowaki esperou eu levantar-me para descermos do balcão. Ao olhar para o chão da cozinha, constatamos que a mesma estava com vários talheres, peças de roupa, frutas e outros objetos e alimentos jogados no chão, mas preferimos ignorar aquilo por enquanto. No que nos dirigíamos até meu quarto, Nowaki passou pela minha frente e, em suas costas, pude ver não só as marcas vermelhas de minhas unhas, como uma cicatriz que aparentava ser um pouco antiga.
-Nowaki, que cicatriz é essa? Não me lembro de você ter uma antes de ir embora... – seguiu o maior até o quarto.
-Digamos isso foi um pequeno erro de percurso numa de minhas missões, não se preocupe quanto a isso. – adentrou o quarto do menor, deitando na cama.
-Como não me preocupar? Essa cicatriz pode ser vista até de longe! – deitou-se ao lado do maior – Como isso aconteceu?
-Não seja exagerado... – cobriu ambos até a cintura – Já disse, foi um acidente em uma de minhas missões...
-Um dia o convenço a me contar... – notou uma sacola no chão, ao lado do maior – O que é isso no chão ao seu lado, Nowaki? Não me lembro de ter deixado nenhuma sacola ai.
-Ah, quando eu cheguei você não estava, ai eu deixei esta sacola no seu quarto, te rastreei através de minha arma e te achei através do seu celular. – pegou a sacola, mas algo a impedia de puxá-la, quando usou de sua força acabou trazendo Midori junto que estava mordendo a sacola. – Midori! – abraçou o robô – Eu trouxe um presente para você! – desviou o olhar do cão para o menor – E para você também, Haru-kun!
-Para mim? – surpreso.
-Sim. – retirou uma mediana caixa e um chip da sacola, jogando esta no chão. – Trouxe emoções para Midori. Agora ele vai ficar mais próximo de um cão real. Para você eu trouxe isso – entregou a caixa.
Examinei a caixa sem esconder minha curiosidade. Quando virei a mesma já que a abertura estava na parte de baixo, pude ver a foto de um computador de bolso naquela caixa. Abri a mesma e era exatamente como na foto: um pequeno e preto computador de bolso do futuro. Olhei surpreso para Nowaki enquanto o mesmo instalava um chip em Midori do qual lhe daria emoções.
-N-nowaki! Isso deve ter sido muito caro!
-Que nada, foi baratinho... Eu queria comprar um bem mais moderno, só que esses modernos te levariam para o mundo independente da internet e eu fui proibido de te levar para esse mundo, pois isso poderia afetar o rumo da história, daí eu procurei um que te permitisse usar a internet sem precisar materializá-lo, ou seja, a internet que esse computador tem é mais ou menos dessa época agora, apenas com algumas melhorias.
-Obrigado, Nowaki, mas você já gastou muito comigo e eu nem ao menos te dei algum presente... – respondeu triste.
-Não fique assim, Haru-kun – ligou o cão-robô e deixou o mesmo processar o chip implantado, voltando sua atenção ao menor – Você me deu um presente que nem juntando todos esses que eu te dei chegam perto do preço de seu, bobo.
-Eh? Que presente tão caro foi esse que eu te dei, Nowaki? Eu não me lembro de ter gasto tanto dinheiro assim sem nem ao menos ter! – exclamou surpreso.
-Você me deu seu amor, Chiharu. – sorriu observando o menor ter o rosto ruborizado.
-N-nowaki, meu amor não custa tão caro assim... – contrariou envergonhado.
-Seu amor não tem preço, Haru-kun, mas vale muito, muito mesmo, para mim. Eu te amo, velho rabugento – tocou o queixo do melhor, dando-lhe um selinho.
-Eu também te amo, retardado irritante. – sorriu timidamente para o maior.
-E pelo visto você cuidou bem dela... – deslizou a mão até a correntinha com o pingente de uma pequena chave que o menor havia lhe entregado através de Midori.
-Sim, cuidei, mas não vou te devolver como estava escrito naquele bilhete. Ela vai ficar comigo.
-E se eu não deixar? – deu um meio sorriso.
-Vai ter que tomá-la de mim – riu.
Nossas atenções foram tomadas por um choro, choro de um cão. Olhamos para Midori e o mesmo aparentava estar emocionado ou algo do tipo, ele agora era o primeiro robô daquela época a sentir emoções e a agir como um cão de verdade, com direito até a raciocinar por conta própria. Chiharu o fitou surpreso, o pegando no colo, este agora demonstrava estar feliz, abanando sua cauda rapidamente.
-Ele parece um cão de verdade Nowaki!
-Um cão-robô sem emoções e pensamentos próprios é muito sem graça, Haru-kun... – aproximou os lábios do pescoço do menor, sussurrando. – Agora que tal deixá-lo no chão enquanto matamos mais um pouco nossa saudade?
-N-nowa... – cortado.
Ele tomou meus lábios sem nem ao menos saber se eu concordaria ou não. Óbvio que sim, mas eu poderia me fazer um pouco de difícil não? Soltei Midori e o mesmo correu para o pé da cama, enquanto Nowaki e eu aprofundávamos aquele doce beijo roubado. Naquela altura Nowaki já estava com suas mãos em minhas coxas, puxando-me para seu colo enquanto que eu estava com minhas mãos a estimularem o membro dele, mas, de repente, ouvimos Midori latir e surgir uma voz feminina do mesmo local onde ele estava.
-Vocês não perdem teeempo mesmo, não é? – Nowaki e Chiharu viraram os rostos na direção da voz.
-M-mãe?!! – exclamou Nowaki surpreso.
-Quem você esperava? Papai Noel?
-Então quer dizer que a história do Papai Noel existe no futuro também? – Chiharu perguntou para si mesmo.
-Oops, ele sabe demais... – exclamou Sachiko –... APAGAR MEMÓRIAS! – sacou uma arma de plasma.
-Não! Não! Mãe! Isso foi informação inútil! Não vai mudar nada!
-Por que essa cena me é familiar... – lembrou-se de quando Nowaki apontou uma arma para a cabeça do menor e gritou aquela frase – H-er... Mas o que a senhora veio fazer aqui? Não veio levá-lo de volta, não é? – perguntou receoso.
-Bem, primeiro: não me chame de senhora, não sou velha para merecer isso, me chame apenas de Sachiko; segundo: tire sua mão do pênis de meu filho, isso está me deixando encabulada e terceiro... – sorriu – Vim passar minhas férias com vocês!
-O QUÊÊÊ?! – exclamaram os dois, enquanto que Chiharu recolheu sua mão, envergonhado.
-Não só eu, Bunko! Seu irmão também veio! – exclamou sorridente.
-Irmão? Não sabia que Nowaki tinha um irmão... – ouviu-se um grito da sala.
-Ahhhh! Mãe! Tem um monstro verde querendo me estraçalhar! Devolva minha arma de plasma!
-Impressão ou sua família tem fetiche por armas de plasma? – Chiharu perguntou revirando os olhos.
-Tatsuya! Pare de brincar com o pobre cachorrinho e venha aqui! – ordenou Sachiko.
-Mãe, você já percebeu como nós estamos? – perguntou Nowaki.
-Nus? – respondeu Sachiko.
-Mesmo? – Chiharu perguntou em tom de ironia.
-Ah! Achei vocês! – um rapaz parou na porta do quarto de Chiharu, este possuía cabelos iguais aos de Nowaki, porém ruivos como os de Sachiko, tinha olhos castanhos e media 1,83m. Totalmente diferente do irmão – Nowaki!
-Irmão! – sorriu.
-Seu irmão mais novo, Nowaki?
-Mais novo? Tatsuya é meu irmão mais velho!
-Eh!? Ele é seu irmão mais velho? – exclamou surpreso.
-Sim, por quê? – perguntou Nowaki.
-Vocês são totalmente diferentes e ele parece mais ser mais novo! – olhou para Sachiko – Não vem mais ninguém não é, Sachiko-san? – perguntou desconfiado
-Acaso eu tenho cara de parideira? – perguntou irritadiça – Não, vem mais ninguém. Fique tranquilo.
-Ah... Mas será que agora vocês poderiam sair do meu quarto? Eu gostaria de me vestir!
Sachiko-san e o irmão de Nowaki saíram do quarto e ficaram a esperar na sala. Tornei a comentar com Nowaki que o irmão do mesmo parecia ser mais novo, ele me disse que já ouviu isso com frequência de outras pessoas, mas que o irmão dele tinha no momento 31 anos mesmo aparentando ter menos. Vestimo-nos e assim saímos do quarto. Sachiko-san estava sentada no sofá brincando com Midori enquanto que o irmão de Nowaki estava olhando a bagunça na cozinha.
-Ual, vocês são afobadinhos, hein? – comentou Tatsuya.
-Irmão! – Nowaki exclamou encabulado. Tatsuya parou em frente à Chiharu e esticou a mão na direção do mesmo.
-Prazer, chamo-me Nobuyuki Tatsuya, mas pode chamar-me pelo nome e você? – sorriu.
-Atsushi Chiharu, pode chamar-me pelo nome também. – apertou a mão do maior devolvendo o sorriso.
-Meninos! Vamos dar uma volta em família! – exclamou Sachiko sorrindo, tendo Midori debaixo do braço.
-Melhor depoi... – Tatsuya foi cortado.
-AGORA! – fechou a cara e apontou a arma para os três.
-Tá bom, tá bom, estamos indo! – responderam os três caminhando em direção à porta.
-Bons meninos! – voltou a sorrir – Me esperem lá fora! Preciso retocar minha maquiagem...! – empurrou os três para fora do apartamento junto com Midori, dirigindo-se ao banheiro.
-Eu realmente preciso ir junto? – Chiharu perguntou a contragosto enquanto segurava Midori no colo.
-Não necessariamente, a menos que você queira levar um tiro. – comentou Nowaki.
Tatsuya estava escorado na parede ao lado da porta do meu apartamento. Ele olhava distraidamente para o teto até escutar os passos de uma pessoa subindo a escada. O irmão de Nowaki olhou na direção da origem daquele som e avistou um pequeno rapaz, aparentando ser mais novo que eu, até. Cabelos castanhos, pele incrivelmente clara, olhos verdes e a frente destes um par de óculos. Vestia-se socialmente e carregava alguns livros de diversos temas abraçados ao pequeno corpo. Tatsuya o fitou até ele entrar em seu apartamento, que ficava do lado do meu, oposto ao de Yoshinori-san; Nowaki e eu estávamos até falando coisas sem importância, mas paramos ao ver que Tatsuya não tirava os olhos do meu outro vizinho.
-O que foi, meu irmão? – deu um leve tapa no ombro do mais velho, enquanto mantinha um sorriso nos lábios.
-Ei, Chiharu, quem é aquele garoto que acabou de entrar naquele apartamento? – apontou para a porta do mesmo.
-Ele é meu vizinho do lado esquerdo, mas eu não sei quem é Tatsuya, ele não é de falar muito com as pessoas... Além do mais aqui eu só tenho amizade com Yoshinori-san, meu vizinho do lado direito. – respondeu o menor sorrindo da mesma forma que Nowaki – Gostou dele?
-Hum... EH? Eu não! Não disse nada disso! – Chiharu e Nowaki trocaram olhares, o que Tatsuya percebeu – O que foi? Por que vocês se olharam assim?
-Nada não! – respondeu Nowaki rindo.
-Vamos meninos? – perguntou Sachiko saindo do apartamento do menor. Os três concordaram e assim foram passear.
Era só que faltava agora: a família de Nowaki vir passar férias em meu apartamento! No passeio em que fizemos, visitamos vários lugares e, enquanto conversávamos, soube que os três trabalhavam no mesmo local, motivo: a mãe os obrigou. Sachiko-san era coronel, Tatsuya era major e Nowaki era tenente antes de largar a profissão.
Você quer saber como as pessoas desta história terminaram? Bem, vou lhes contar...
Eu também quero contar!
Fique quieto!
Deixe-me falar um só! – choramingou.
Já disse que não! – empurrou o maior para longe de si.
Yoshinori-san e Mitsuki-chan casaram-se um mês depois de nossa formatura e passaram a morar juntos no apartamento dele. Um tempo depois eles apareceram em meu apartamento anunciando que iriam se mudar. Motivo: Tsuki-chan estava grávida. Que feliz!
O apartamento em que Yoshinori-san mora não seria espaçoso o suficiente para uma criança e assim eles se mudaram para uma parte mais calma da cidade, afim de criarem o futuro filho (ou filha) deles num local mais tranquilo. Eles realmente se amam, é o que importa. O apartamento ao lado ficou vazio, não sei como se desenvolveu depois disso nem se alguém vai morar ali, apenas que o mesmo permanece vazio...
Ah! Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com a roupa de Nowaki que foi parar no passado, nas mãos de Adolf Hitler... A resposta: a roupa não foi encontrada, apenas vista em fotos, boatos dizem que Hitler deve ter a levado quando morreu e, já que ninguém encontrou seu corpo, a roupa provavelmente está com ele... Vocês também devem estar se perguntando o que aconteceu com Hisashi, né? Pois bem, Sachiko-san me disse em particular que se encontrou com ele e o mesmo atualmente está namorando outro rapaz rico e que anda fazendo as mesmas coisas que fazia com Nowaki. É uma pena ele ser assim...
Sachiko-san passou a encher Midori de “mimos”, o vestia de bailarina, de cigana, princesa, com direito até a peruca e maquiagem, tenho pena dele... Mas ela, assim como Tatsuya, não ficaram muito tempo, apenas duas semanas, eles precisariam voltar para continuarem a trabalhar, pois “nós não somos como o mais irresponsável da família”, alegaram ambos quase que em uníssono.
Tatsuya tinha seus momentos alegres, mas era o mais sério daquela família, diria eu. O mesmo vivia em algum canto lendo algum livro, um gosto que admirei nele. Ele continuou negando, mas sempre que meu vizinho passava, ele não parava de fitar o mesmo.
Nessas duas semanas conheci Sachiko-san melhor e percebi que Nowaki tem o mesmo humor e senso autoritário enquanto que Tatsuya tinha o mesmo jeito mandão, responsabilidade e características físicas da mãe. Deduzi que o que sobrou neles veio de seu pai... Sachiko-san e Tatsuya partiram sem antes se convidarem a passar as férias do ano que vem aqui novamente. Eu, como sempre, não pude responder.
Não falei sobre ninguém... – choramingou.
Tá bom, tá bom... Fale sobre nós, feliz?
Oba! Mas... O que eu falo?
Aff... Deixe que eu falo, então...
Nós dois voltamos a morar sozinhos, desta vez sozinhos mesmo, já que Yoshinori-san não poderia mais nos visitar com tanta frequência como antes. Com mais privacidade nós nos sentíamos livres para poder... Fazer, her...
Sexoooooo!
Nowaki!
E muito!
Nowaki!!!
Em todo canto do apartamento! – sorriu maliciosamente.
NOWAKI!
Ok, estou quieto.
Ah, seu irritante...
Velho rabugento! – apontou a arma de plasma para o menor.
Você não me intimida mais com isso, Nowaki! – tirou a arma da mão do maior, puxando o mesmo pela camisa enquanto ostentava um sorriso malicioso nos lábios.
Chiharu, hum... Você... Você não era (humm), não era assim...
Eu não resisto né? Quando percebi já estava deitado na cama ofegante enquanto Nowaki abraçava-me por trás, envolvendo seus fortes braços em minha cintura. Começamos a conversar sobre várias coisas, coisas diversas, sem muita importância até nossa conversa tomar um estranho rumo.
-Haru-kun – acariciou a cintura do menor.
-Hum? – sorriu sentindo Nowaki beijar seu pescoço.
-Você gosta de crianças? – mordiscou a orelha do menor.
-Hum... Claro que gosto... – suspirou – Por que a pergunta? – Nowaki parou as carícias e o fitou.
-O que acha de termos um filho? – Nowaki perguntou de forma direta.
-Você quis dizer adotar, não é? – o fitou.
-Não, ter um filho mesmo.
-Você está falando sério? – surpreso.
-Claro que estou!
-Eu sou um homem igual a você, sabia?
-Eu sei disso! – Chiharu arqueou uma das sobrancelhas.
-Ah, claro. Espere minha menstruação acabar. – revirou os olhos.
-Não são apenas as mulheres que podem fazer isso? Ou você é hermafrodita? – perguntou surpreso.
-Não! Eu esta... – cortado.
-Você é estranho…
-Argh, irritante! Como eu posso ter filhos se sou um homem? – perguntou impaciente.
-No futuro isso não e problema! – o maior virou-se pegando um pequeno pote transparente que estava dentro da gaveta do criado mudo. Dentro daquele potinho havia uma pequena bolinha amarela. Nowaki voltou a abraçar o menor por trás, mostrando aquele pequeno pote para Chiharu.
-O que é isto? – Chiharu pegou e analisou.
-Isto é uma pílula que desenvolveram para que os homens pudessem engravidar legal, né? – sorriu – Só mantenha isso em segredo, eu não deveria contar para você ou vem aquela lengalenga de afetar a história e blá, blá, blá... – Chiharu abriu o pequeno potinho.
-Ter um filho, han? – pegou a pequena pílula e a analisou.
-Aham. – aninhou-se no pescoço do menor.
-Hum...
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