Vírgulas - Fic (10 ao 12)

| segunda-feira, 23 de abril de 2012
Capítulo 10 – Ignorando a inocência
-M-mas por quê esse homem não para de gemer?! I-isso deve doer! Eu estou sentindo dor só de ver! A-aonde eu tiro isso? SAAAI!

Fechei rapidamente a janela, tirando os fones de ouvido, que foram a minha salvação. Tornei a deitar-me na cama, olhando para o teto e agora lembrando as cenas do vídeo. Lembrei-me de uma parte em que os dois pegavam seus respectivos membros e faziam algo que eu descobri chamar ‘masturbação’. Eles pareciam gostar bastante daquilo, ainda mais quando um fez no outro.

-Hum... Eu poderia fazer isso em mim mesmo? Acho que qualquer um pode como no vídeo...

Falei alto e sozinho, não resistindo à tentação de tentar fazer o mesmo. Enfiei a mão dentro da calça, constatando que seria mais fácil e espaçoso se eu abrisse a mesma. Enfim, tranquei a porta do quarto, deitei na cama e abaixei as calças até a altura dos joelhos, enfiando novamente a mão ‘lá’.
Fechei os olhos e concentrei-me, tentando fazer o mesmo que aqueles homens faziam, comecei a massagear meu próprio pênis, a princípio não sentindo nada, o que me frustrou. Parei logo em seguida e resolvi voltar para o computador, desta vez para pesquisar como era feito, se aquilo acontecia com qualquer um ou se precisariam comprar alguns acessórios para isso, talvez... Achei um site que dava algumas dicas bem interessantes.

Como excitar-se sem muito esforço:

1. Esteja relaxado e em plena consciência de que ninguém irá encontra-lo se realmente não desejar isso.

Confere.

2. Se gosta de alguém, pense nela.

Confere.

3. Se não tiver ninguém em mente assista algum vídeo para estimulá-lo.

Prefiro pensar na pessoa.

4. Imagine as coisas excitantes que essa pessoa já fez com você; se ela não fez, imagine como seria se fizesse.

Imaginar... Sei... Próximo.

5. Masturbe-se lentamente e aumente a velocidade pouco a pouco, mesmo que não sinta nada a princípio, se for homem, não demorará muito para sentir algo.

Hum... Homens sentem mais rápido, interessante... Espere, o que é isso?

Se você leu até aqui usando os passos 2,4 e 5 saiba que já próximo do ápice surge um ‘efeito colateral’, ou seja, se você se masturbou pensando em alguém, tenha certeza de que irá deseja-la com uma força desumana antes de terminar.

Humpf, que idiota iria desejar tanto assim alguém? Enfim, saí daquele site e resolvi fazer o que o mesmo dizia. Passo um. Passo dois. Passo quatro.
Como o site indicava, eu aumentava a velocidade gradativamente, pensando no que Fujo fez hoje e no que poderia ter continuado a fazer se eu não tivesse o parado. Pude sentir o membro em minha mão endurecer, assustando-me um pouco com a reação do mesmo, mas a sensação era boa demais para parar. Eu estava começando a ofegar e a imagem do rosto de Fujo ficava cada vez mais nítida em minha cabeça assim como a voz sussurrada dele não saía de meus ouvidos, como uma canção boa o suficiente para ser repetida centenas de vezes.
Com a mão livre apertei o edredom de minha cama, mordiscando meu próprio lábio inferior antes de gemer baixo, tampando minha própria boca surpreso. Eu gemi?! Ouvi outro sair de meus lábios, desta vez abafado pela minha mão. Eu gemi de novo! E não estava doendo!
Veio-me à mente a imagem de um dos homens sendo penetrado pelo outro e, naquele momento, aquilo não me pareceu tão doloroso assim quando imaginei Fujo fazendo o mesmo em mim. Ahh... Fujo... Como ele fazia falta agora... Parecia que eu ia explodir de tanto prazer e não me contive quando estava prestes a ejacular, afundando a cabeça no travesseiro fortemente enquanto que me debatia levemente na cama.

-F-fujo... Ahhhh.... F-fujo...!

Só fui acalmar os ânimos quando cheguei em meu ápice, sujando minha mão e cueca com meu esperma. Eu estava em estado de êxtase, meu corpo inteiro estava dormente e meus sentidos ligeiramente abalados enquanto que meu corpo pulsava pela agitação. Só depois fui me dar conta de que eu havia gemido o nome daquele homem, só não percebi se foi alto o suficiente. Ruborizei. Merda.


Capítulo 11 – Descobrindo o amor
Última semana de aula, despois férias até março! Uhuu! Era segunda-feira e eu estava indo para a empresa como sempre, sem importar-me em ser expulso no fim da tarde. Entrei no escritório dele e, ao vê-lo, senti como se tivesse tomado um forte soco no estômago por uma lembrança que tive de ontem onde ele estava diretamente ligado à mesma. Uma prazerosa lembrança, o que me fez ruborizar e acanhar-me mais, mas ele nunca percebe essas coisas, está sempre com a cara enfiada em algum monitor.
Caminhei até a cadeira onde ele estava sentado, sentando-me no colo dele. O mesmo já não ligava mais para isso, virou uma vírgula na vida dele. Mas eu passei a ver aquilo de uma maneira diferente, talvez por agora não mais conseguir ignorar o fato de que eu estava sentado sobre o membro de Fujo. Levantei num pulo, saindo do escritório enquanto que pude sentir o olhar curioso dele sobre mim. Voltei quase uma hora depois e ele me fitou brevemente de relance, voltando sua atenção a uma xícara de café.

-Teve dor de barriga, é?
-Fujo! Eu quero dormir na sua casa de novo! – apontei decidido para ele.
-Já disse para não me chamar assim, não lhe atribui tamanha intimidade, garoto.
-E eu já disse para não me chamar de garoto, Fujo! Agora vamos, eu irei dormir na sua casa no próximo final de semana.
-Já não basta me ver aqui ainda quer me ver em casa? Acaso virou algum tipo de stalker ou o quê?
-Muito engraçado, hahaha... – revirei os olhos – Está decidido, então!

Fui para casa no horário de sempre, mas desta vez em mente de vê-lo somente no sábado, assim ele não poderia reclamar de estar me vendo o tempo todo.

Quarta-feira
EU NÃO AGUENTO MAIS!
Ele nem ao menos liga ou vem me ver, cadê ele? Fujoooo...Por que você não corre um pouco atrás de miiiim...?
Depois que aprendi mais sobre masturbação, passei a usá-la como aliada contra a saudade de Fujo e foi assim que consegui me manter até sábado. Almocei rapidamente em casa, já deixando Daiki-san sobre aviso na segunda, ele por vez aceitou meu autoconvite de bom grado. Cheguei lá eram 13h47m. Akio estava cochilando, Sr.ª Daiki estava tocando piado e Sr. Daiki estava no escritório trabalhando. Fujo provavelmente devia estar fazendo o mesmo. A matriarca me recebeu com um sorriso na face, hospedando-me no mesmo quarto da última vez. Esperei aquela senhora deixar-me sozinho no cômodo para então poder correr até o quarto de Fujo, entrando esbaforido no mesmo, como se estivesse fugindo e realmente estava, vai que o Akio-kun encontrava-me por ali? Ele iria me chamar à atenção para fazer algo.
Tranquei a porta atrás de mim para então poder procurar melhor o dono do quarto, encontrando-o adormecido na cama. Que milagre, não estava trabalhando. Caminhei sorrateiro até a cama, subindo na mesma com o maior de todos os cuidados para não acordá-lo. Mordisquei meu lábio inferior ao ver o tórax desnudo dele, descendo o olhar até o membro do mesmo sob a calça. O que aconteceria se eu sentasse ali? Foi o que fiz. Sentei sobre o membro de Fujo de modo que cada perna minha ficasse de um lado do corpo dele, logo pude sentir o peso de meu corpo contra a intimidade dele, era bom. Comecei a me agitar ali, como se estivesse a cavalgar, deslizando as mãos pelo peitoral de Fujo, o que o fez despertar logo em seguida, piscando várias vezes até acordar de vez, olhando-me num misto de surpresa e espanto enquanto que eu estava com as maçãs do rosto extremamente vermelhas e com os olhos semiabertos, fitando-o.

-Ayako? – pela primeira vez ele me olhou e disse meu nome.
-F-fujo... – pela primeira vez eu o olhei e gemi o nome dele.
-O que há com você, garoto? O que está fazendo em cima de mim?
-Você não disse que para ser o seu namorado e-eu teria que... Satisfazer as suas necessidades? Pois então...

Deixei em aberto, mas ele havia entendido, fitando-me incrédulo e jogando-me para o lado, fazendo com que eu caísse deitado ao lado dele. O fitei confuso, vendo-o ajoelhar-se no colchão, me olhando.

-Acho que ainda não acordei.
-Acordou sim.
-Não acordei. Desde quando acordo com crianças de doze anos sentadas em meu colo gemendo meu nome?
-Fujo...
-Não me chame assim.
-Por favor...
-Não sou pedófilo.
-Mas eu te amo...
-...

É. Eu realmente estava o amando. Não sabia ao certo quando aquilo tudo havia começado, mas sabia que no início não passava de interesse por presentes e o pior é que ele sabia do meu objetivo e mesmo assim não fazia nada.

-Eu estou falando sério...
-Acaso te deram alguma droga e ingeriu sem perceber?
-Nãããão... Por que não acredita logo quando digo que te amo?
-Porque você passou a dizer isso hoje e é jovem demais para amar.
-Mas e quanto ao amor não ter idade?
-Não se apegue a isso.
-Acredite em mim... Por favor...

Ele emudeceu novamente. Eu estava agora ajoelhado de frente para ele, fitando-o sem esconder uma gota de súplica em meus olhos já quase marejados de tanto ser rejeitado.

-O que vai ganhar com isso, garoto? Não acha que já foi longe demais?
-Por isso mesmo. Você não acha que por eu ter ido longe demais já não é a hora de acreditar em mim? – engatinhei até ele, envolvendo os braços no pescoço do mesmo – Eu estou me entregando a você, Fujo. Não acha que isso é prova mais do que suficiente de que eu o amo, mesmo sendo jovem demais para você?

Ele nada respondeu, continuou mudo. Pude ouvi-lo suspirar pesado, como se realmente não quisesse ter um guri em suas costas, somando mais um problema em sua vida. Eu entendi a reação dele, afastando-me do mesmo, porém, ao tentar fazer isso, ele segurou-me pelos braços, seguido pela cintura, deitando-me gentilmente na cama e encaixando-se entre minhas pernas. Fujo tocou a minha testa com a dele, fitando-me no fundo dos olhos, como se estivesse a tomar uma decisão deveras importante no momento. Eu o chamei novamente e ele pareceu acordar num estalo com o som de minha voz mansa, passando a fitar-me com gentileza, uma coisa que nunca o vi fazer antes.

-Espero não me arrepender por isso...


Capítulo 12 – Inexperiência
–Espero não me arrepender por isso...

Ele jogou estas palavras no ar antes de tocar meus lábios com os seus de uma maneira delicada, afinal, aquela era a primeira vez que nos beijávamos e a primeira vez que eu beijava alguém. Eu o deixei conduzir aquele beijo – até porque se eu tivesse que fazer isso iria acabar estragando por conta de minha inexperiência. A língua dele aos poucos pedia passagem pela minha boca e eu, timidamente, deixava que ele prosseguisse, envolvendo os braços em seu pescoço e retribuindo aquele beijo de maneira lenta e carinhosa. Era magnífica a sensação maravilhosa de poder sentir a língua de seu amado explorar sua boca de maneira despreocupada. Eu sentia meu corpo amolecer nos braços dele, suspirando lentamente, talvez até apaixonado.
Aos poucos ele cessou o beijo, deslizando os lábios até meu pescoço, cujo este distribuiu beijos, puxando a gola de minha camisa para o lado, para que assim pudesse ter mais acesso à minha pele, alternando entre lambidas e mordiscadas. Eu apenas levava a mão canhota até os cabelos dele, afagando-os calmamente enquanto que gemia baixinho, tentando puxar aquele corpo enorme para mais perto de mim.

-Ahhh... Fujo...

Eu o chamei com voz mansa e ele, pela primeira vez, não retrucou por me ouvir chama-lo pelo nome, foi ali que pude perceber que minha voz mansa em seu ouvido o deixava calmo e relaxado, como um leão feroz que recebe um dardo de sedativo e acalma-se em questão de segundos. Mas ele não era o único relaxado ali, eu também estava. A delicadeza e gentileza dele até então me foram muito úteis para não me desesperar nem voltar atrás. Afinal, a diferença entre nós não para somente na idade, existe também o quesito experiência onde ele, pelo visto, tem muito mais do que eu, infelizmente. Quando Fujo cessou os beijos para retirar minha camisa eu o fitei, retrucando a frase que ele dissera antes, sorrindo bobo.

-Você não irá se arrepender, eu não me entregaria sem ter a certeza de que você é a única pessoa que eu desejo ter pelo resto de minha vida...

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